A Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) emitiu uma nota nesta terça-feira (1º) esclarecendo uma declaração da pesquisadora Nise Yamaguchi na CPI da Covid sobre a vacinação da população com doenças reumáticas. Na comissão, ela afirmou que pacientes com doenças renais não podem receber a imunização contra a Covid-19.
“A SBR esclarece a população que doenças reumáticas (DR), incluindo artrite reumatoide, espondiloartrites, artrite psoriásica, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica (esclerodermia), Síndrome de Sjögren primária, miopatias inflamatórias e vasculites não representam, por si só, contraindicação específica para receber qualquer vacina contra a COVID-19”, afirmou a nota.
A fala de Yamaguchi aconteceu após a senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA) perguntar se ela já tinha se vacinado. A pesquisadora disse que não e também não pretende, pois “existem pessoas que não podem se vacinar, principalmente aquele que têm vasculites, como é o meu caso, eu tenho uma síndrome de Raynaud, como outras pessoas que têm doenças maiores, hepáticas ou renais que sejam graves”.
A entidade médica ressaltou que as vacinas contra Covid-19 disponíveis e aprovadas no Brasil não contêm componentes vivos e não transmitem a doença viral, nem alteram o material genético. Logo, pacientes com doenças reumáticas podem ser vacinados.
Além disso, não há evidências para contraindicar as vacinas em pacientes com doenças reumáticas e pacientes em tratamento com medicamentos imunossupressores.
Mesmo assim, a SBR recomenda que os pacientes procurem médicos reumatologistas para orientação sobre a vacinação contra a Covid-19.
Quem é Nise Yamaguchi?
A médica Nise Yamaguchi é diretora do Instituto Avanços em Medicina, em São Paulo. Ela é conhecida por ser defensora do uso da hidroxicloroquina e cloroquina como tratamento de pacientes com Covid-19.
A oncologista e imunologista foi citada pelo diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, em depoimento à comissão, em 11 de maio. Segundo ele, Yamaguchi defendeu alterar a bula da cloroquina durante uma reunião como o governo federal.
Ela é considerada uma peça-chave na investigação sobre a existência de um “ministério paralelo” da Saúde. A CPI investiga se havia uma consultoria informal ao governo que defendia métodos considerados ineficazes no combate à pandemia.
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