Artrite idiopática juvenil é o nome que se dá a um grupo de subtipos de artrites de causa desconhecida que podem atingir crianças e adolescentes, é caracterizada por uma inflamação nas articulações, causando dor e inchaço no local, a Artrite Idiopática Juvenil, também denominada Artrite Reumatoide Juvenil, é uma doença inflamatória crônica que acomete as articulações e outros órgãos, como a pele, os olhos e o coração.
A principal manifestação clínica da artrite, caracterizada por dor, aumento de volume e de temperatura de uma ou mais articulações. Cabe ressaltar que em algumas crianças a dor é mínima ou até mesmo inexistente.
O termo “idiopática” é usado pelo fato de a causa da doença ser desconhecida. Já o termo “juvenil” é utilizado porque a doença se manifesta desde a infância até os 16 anos ou 17 anos.
Artrite idiopática juvenil ocorre quando a uma inflamação da fina membrana que reveste internamente as articulações (sinóvia), que se espessa e secreta líquido dentro da cavidade articular. Como resultado vai ocorrer inchaço, dor e limitação da movimentação articular, pode-se notar ainda dificuldade na movimentação ao acordar (rigidez matinal) ou após longos períodos em repouso, a dor articular às vezes é mínima.
A incidência da Artrite Idiopática Juvenil é desconhecida em nosso país, mas dados provenientes de países da América do Norte e da Europa indicam que cerca de 0,1 a 1 em cada 1.000 crianças têm essa doença.
A Artrite idiopática juvenil é considerada uma doença auto-imune, isto é, o sistema imunológico responsável pela defesa do organismo, por um erro passa a atacar o próprio corpo, como por exemplo, os componentes das articulações. Os mecanismos precisos desse desarranjo são desconhecidos, não é uma doença de transmissão hereditária, que passa dos pais para os filhos, embora algumas famílias tenham maior tendência a ter doenças auto-imunes.
A causa exata da Artrite Idiopática Juvenil ainda não é conhecida. Fatores imunológicos, genéticos e infecciosos estão envolvidos, estudos recentes mostram que existe uma certa tendência familiar e que alguns fatores externos, como certas infecções virais e bacterianas, o estresse emocional e os traumatismos articulares podem atuar como desencadeantes da doença.
Artrite idiopática juvenil é uma doença imunomediada, o que significa que ela acontece quando o sistema imune da pessoa ataca as próprias células e tecidos. Contudo, ainda não se sabe porque este mecanismo passa a ocorrer, famílias em que as pessoas costumam ter doenças autoimunes, como tireoidite e doenças do coração, têm mais chance de desenvolver algum tipo de artrite idiopática juvenil, famílias em que há pessoas com histórico de câncer também apresentam maior predisposição genética, alerta.
Mas as meninas parecem ser mais susceptíveis à doença do que os meninos. “De forma geral, as mulheres são mais suscetíveis às doenças autoimunes, como lúpus, tireoidite e artrite reumatoide”, explica o especialista, além disso, outro fator de risco possível, como mencionado, é ter familiares com alguma doença autoimune.
A artrite não é uma doença infecto-contagiosa e os pacientes podem (e devem) freqüentar normalmente creches, escolas, clubes e piscinas.
O diagnóstico da Artrite Idiopática Juvenil é clínico e baseia-se na presença de artrite em uma ou mais articulações com duração igual ou maior a 6 semanas. Várias doenças, como por exemplo, as infecções, devem ser pesquisadas e descartadas, uma vez que a artrite é a manifestação comum em várias doenças não reumáticas.
Além da dor e da inflamação articular pode ser observada uma certa dificuldade na movimentação ao acordar (rigidez matinal), fraqueza ou incapacidade na mobilização das articulações, além de febre alta diária (> 39º C) por períodos maiores do que 2 semanas. Não existem exames laboratoriais específicos para esta doença, em casos de dúvida diagnóstica a opinião de um especialista pode ser de grande auxílio.
O diagnóstico de artrite idiopática juvenil é clínico, ou seja, o reumatologista pediátrico chegará a esta conclusão através da análise dos sinais e sintomas da criança e histórico clínico, um fator importante que determinará o diagnóstico é que a artrite tenha duração de no mínimo seis semanas e sem causa conhecida.
O especialista ressalta que não existe um exame específico para detectar a Artrite Idiopática Juvenil. Logo, os exames que o médico pode solicitar para a criança têm, na verdade, a finalidade de descartar outras possíveis causas – como fratura, tumor, infecção, defeitos congênitos – ou determinar o subtipo de artrite idiopática juvenil que ela apresenta.
Dentre estes testes estão: Exames de sangue como proteína C reativa, fator reumatoide, fator antinúcleo (FAN), HLA-B27, que é um teste genético.
Exames de imagem como raios-x dos ossos e articulações, ultrassonografia articular ou ressonância nuclear magnética.
Esses exames de imagem também podem ser solicitados periodicamente para verificar como está o crescimento ósseo da criança e detectar precocemente danos nas articulações. Além disso, o reumatologista pediátrico pode encaminhar a criança para uma avaliação com o oftalmologista para determinar se há alguma lesão ocular, como a uveíte.
É importante ressaltar que quanto mais cedo os pais procurarem ajuda médica, mais rápido poderá ser feito o diagnóstico e o tratamento poderá ser iniciado.
O acompanhamento médico é fundamental para qualquer criança e adolescente, pois possibilita saber como está o desenvolvimento e a saúde do indivíduo.
Olá caros Leitores, peço que aguardem o segundo capítulo dessa coluna, desde já muito obrigado um forte abraço.
(*) O autor é Paulo Rogério Gianlorenço, graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista Crefito-3/243875-f Especialista em Fisioterapia Geriátrica pela Universidade de São Carlos e Ortopedia.
Fonte: Agora São Carlos.
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