Abortos são mais comuns do que muitas vezes se imagina. Aproximadamente 15% das gestações clinicamente detectadas (aquelas em que a mulher já descobriu que está grávida), terminam em um abortamento. Existem diversos motivos para isso acontecer, mas sabemos que em até 15% desses casos a causa é uma doença reumática chamada Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF).
A SAF é uma doença autoimune que afeta principalmente mulheres dos 30 aos 40 anos, na qual o corpo produz proteínas chamadas anticorpos antifosfolípides. Nesta doença ocorre a formação de coágulos nas veias e artérias que podem se manifestar como trombose nas pernas, abortamentos, problemas na gestação, infarto, AVC (derrame) ou embolia pulmonar. Outra manifestação é a ocorrência de manchas esparsas na pele que aumentam com o frio (livedo). Cerca de 40% dos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico apresentam estes anticorpos no sangue, mas somente a metade deles desenvolverá trombose.
O diagnóstico depende da associação de critérios clínicos, como trombose de artérias ou veias, eventos obstétricos e exames laboratoriais. Na prática clínica existem 3 exames de sangue para SAF: anticoagulante lúpico, anticardiolipina e Beta-2-Glicoproteína 1. A positividade de um dos anticorpos citados acima deve ser confirmada com a repetição 12 semanas depois.
Em mulheres que já tiveram um abortamento, o risco disso ocorrer numa próxima gestação se ela não for tratada é de 80%. A SAF pode causar abortamentos no início da getação, perdas fetais no segundo e terceiro trimestre, diminuição do volume do líquido amniótico, baixo peso fetal e insuficiência placentária.
A SAF não tem cura, mas podemos evitar as tromboses e as complicações gestacionais com a terapia anticoagulante.
Para saber mais sobre a SAF, acesse o nosso guia completo.
Artigo originalmente publicado por ReumatoCare
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