Da remissão à infecção: Pielonefrite

Após 3 dias de dores na região abdominal e lombar, acompanhada por calafrios, arrepios, 3 picos febris e um episódio de bacteremia. Fui internada no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, na noite do dia 10 de junho de 2021, para investigar e tratar um quadro totalmente atípico na artrite reumatoide. 

A princípio foi uma infecção urinária que virou Pielonefrite, com leucocitose na urina e no sangue, um quadro infeccioso, que além do risco iminente de perda da função renal, tive derrame pleural e desenvolvi uma anemia (queda diária de hb), por pouco não entrei em septicemia.

Os dias por aqui foram longos e difíceis, hoje estou no 5º dia de internação e os 3 primeiros foram intensos (por isso, estive e ficarei offline), repletos de dores, cefaleia, fadiga, fraqueza, mal estar generalizado e medo, por alguns momentos eu tive medo de dormir e acordar na UTI.

Somente nesta terça-feira (15/06), fiquei sabendo que a minha função renal estava comprometida e desde ontem, apresentou sinais positivos de recuperação. A bactéria causadora disso tudo, é a Escherichia Coli, o quadro infeccioso está sendo revertido, os leucócitos e PCR já caíram, recuperei 1 pontinho de hemoglobina e as dores, já estão sendo controladas mais facilmente. 

Talvez, parte das dores não sejam da Pielonefrite e sim da Endometriose, sigo fazendo exames, com suporte medicamentoso rigoroso, de repouso. Hoje ganhei um cateter central de inserção periférica (PICC), pois cheguei a ficar 3 horas e meia com dor nível 10 e sem acesso venoso (minhas veias são bem ruins). O Picc é praticamente a autodeclaração de que não tenho previsão de alta. 

Não sabemos ainda como a artrite reumatoide reagirá a tudo isso, pois ficarei sem biológico por algum tempo. Por enquanto sinto muitas dores, mas nenhuma delas é da AR. 

Agradeço a Deus pela oportunidade do diagnóstico a tempo de salvar minha vida e por preparar uma infectologista incrível para assumir meu caso, e claro, pelo meu reumatologista que está acompanhando tudo que se passa por aqui. 

Agradeço as infinitas mensagens de apoio recebidas (eu leio tudo), mas neste momento não tenho condições de responder de forma individual, por isso, gratidão pelo apoio, carinho e orações. Como passei da fase crítica, prometo postar stories diários e fazer posts esporádicos sobre a evolução das coisas por aqui.

Sobre a Pielonefrite

A pielonefrite é uma inflamação nos rins que normalmente acontece quando bactérias presentes no trato urinário sobem pelos ureteres e chegam aos rins, provocando inflamação e levando ao aparecimento de alguns sintomas como dor na região lombar, vontade constante de urinar, febre, mal-estar e dor pélvica.

É importante que a pielonefrite seja identificada e tratada rapidamente de acordo com a recomendação do urologista, pois assim é possível evitar que a inflamação continue acontecendo e resulte na perda de função dos rins.

Sintomas de pielonefrite
Os sintomas de pielonefrite desenvolvem-se à medida que a bactéria se prolifera nos rins e provoca inflamação, sendo os principais:

• Dor na região lombar e pélvica;
• Dor abdominal;
• Dor e ardência ao urinar;
• Vontade constante de urinar;
• Urina com mau cheiro;
• Mal-estar;
• Febre;
• Calafrios e suor excessivo;
• Náuseas e vômitos;
• Urina turva.

À medida que a bactéria se prolifera nos rins, é possível haver perda progressiva da função desse órgão devido à inflamação intensa, o que pode levar à insuficiência renal e, consequentemente, falência renal.

Tratamento da pielonefrite
O tratamento da pielonefrite geralmente é feito com antibióticos de acordo com o perfil de sensibilidade do microrganismo e deve começar o quanto antes para prevenir lesões nos rins e evitar que as bactérias se espalhem pela corrente sanguínea causando septicemia. Além disso, para aliviar a dor o médico pode indicar o uso de analgésicos e anti-inflamatórios.

A pielonefrite aguda, quando não tratada, pode favorecer a ocorrência de septicemia, abscesso renal, falência renal, hipertensão e pielonefrite crônica. Em caso de pielonefrite crônica, lesões graves no rim e insuficiência renal, além do uso de antibióticos, pode ser necessário fazer diálise todas as semanas para filtrar o sangue. Quando a pielonefrite é causada por obstrução ou malformação do rim, pode ser necessária a cirurgia para corrigir o problema.

Fonte: https://www.tuasaude.com/pielonefrite/