Em algum momento do tratamento essa pergunta se faz presente. Como saber a hora certa de iniciar o tratamento com medicamento biológico?
Faz parte dos consensos regulatórios à inclusão do medicamento biológico no tratamento de doenças como a artrite reumatoide, artrite idiopática juvenil, artrite psoriásica, espondilite anquilosante, lúpus entre outras. O momento adequado é aquele em que o médico com base nos achados clínicos avalia ser necessário indicar a terapia biológica. Porém, o paciente pode incentivar esse dialogo com o seu médico, buscando praticar a decisão compartilhada.
Conheça alguns fatos que podem ser considerados sobre a possibilidade de iniciar o biológico:
Segurança: os biológicos têm sido utilizados no tratamento das doenças reumáticas desde 1998, apoiados em consistentes estudos clínicos, a segurança e eficácia são hoje bastante conhecidas. Dessa forma, hoje os biológicos não são mais tão misteriosos quanto eram, em 2006 quando o SUS passou a fornecê-los.
Falha do MTX: o famoso metotrexato, querido e odiado por todo paciente, é geralmente um tratamento de primeira escolha, porém, quando o paciente não tem boa resposta ao MTX, ou o mesmo perde a eficácia, pode então ser considerado um momento para iniciar a terapia biológica.
Atividade moderada da doença: doença resistente e agressiva, indica ao médico reumatologista que há um risco maior de ocorrência de danos articulares e até mesmo sistêmicos, servindo como alerta para o médico reconhecer que é a hora de iniciar a terapia biológica.
3 meses sem resposta a qualquer medicamento: uma diretriz fundamental de gerenciamento da doença aponta que após três meses usando um medicamento, sem apresentar respostas clínicas satisfatória, ou seja, tomou o remédio, na dose certa, no tempo certo, no horário certo e ainda assim, ele não fez efeito, isso indica que algo não está certo e o biológico pode entrar e tomado junto com um desses medicamentos químicos (orais), pode controlar essa situação.
Quando os DMARDs não são tolerados: as diretrizes de tratamento que orientam a forma como o reumatologista deve tratar a doença é padronizada, porém a forma como cada organismo responde ao tratamento é individualizada. Ao longo do tempo cada paciente pode apresentar intolerâncias diferentes a certos DMARDs, por exemplo: tem pessoas que não conseguem tomar metotrexato, outras não se adaptam ao leflunomida. Intolerância por parte do paciente deve ser discutidas com o médico, a decisão compartilhada deve ser praticada e a melhor decisão sobre a escolha do medicamento deve considerar as condições de adesão de cada paciente. Devido as características dos biológicos, para alguns pacientes intolerantes eles podem ser uma boa ferramenta para a adesão.
Sinais de mal prognóstico: fato é que o tempo certo de usar biológico, é também aquele em que o médico e paciente observam a vida se complicando, limitação funcional que leva a incapacidade para o trabalho e vida social, doenças extra-articulares (presença de nódulos reumatoides, vasculites e etc), erosões ósseas demonstradas nos exames de imagens. Enfim, fatores de complicações podem ser determinantes para o momento adequado de iniciar o biológico e prevenir maiores danos ao paciente.
Múltiplas falhas aos DMARDS: biológicos podem ser indicados quando já se tomou vários DMARDs e ainda assim mantém a atividade da doença. DMARDs podem ser administrados junto com biológicos, mas existem biológicos que podem ser tomados sozinho. A decisão de um novo tratamento é criteriosamente médica, no entanto o paciente deve ser comunicado sobre as possibilidades existentes que atendem sua necessidade clínica, considerando os aspectos individualizados, como hábitos de vida, tipo de trabalho e condições de acesso a tecnologia. Ou seja, é uma decisão compartilhada entre médico e paciente.
Se você já utiliza um medicamento biológico, como foi o momento da escolha? O que influenciou e o que mudou depois do biológico?
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