A cena não é tão incomum. De repente, um parente ou amigo faz uma “previsão do tempo” baseada no próprio corpo: “Acho que vem uma frente fria por aí. Minha coluna começou a doer”. Pode até parecer estranho, mas há uma explicação científica e médica por trás dessa sensação pessoal.
Quando há uma mudança no clima, as dores tendem a se intensificar, principalmente entre aqueles que têm um problema crônico, como artrite, artrose ou hérnia de disco. Por isso, no inverno, é comum que os sintomas dessas patologias se agravem.
Mas, diferente do que se possa imaginar, não é a temperatura mais baixa que se torna responsável pelo aumento das dores. A culpa vem da mudança na pressão do ar.
“A pressão atmosférica seria como o peso do ar que se encontra em torno do nosso corpo. No calor, a pressão é mais alta. Assim, o local lesionado tende a inchar mesmo. Quando o clima fica mais frio, a pressão costuma diminuir, o que leva a uma maior expansão da articulação que está dolorida devido ao problema crônico que não foi tratado. Daí vem o aumento do incômodo, que faz a pessoa pressentir a mudança do tempo”, destaca o ortopedista Lourimar Tolêdo, membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC).
Além disso, com o friozinho do inverno, o suporte sanguíneo tende a apresentar uma deficiência, levando à queda no metabolismo, limitação nas articulações e alterações biomecânicas e posturais, que dificultam certos movimentos do corpo. “São fatores que provocam aumento das dores, em especial na coluna e nas articulações”, destaca Lourimar Tolêdo.
Estima-se que 67% das pessoas com dores crônicas sintam os sintomas piorarem com as mudanças climáticas, especialmente no inverno. Nesse grupo, estão os pacientes com problemas nas articulações, como artrites e artroses. E também aqueles que estão em período de recuperação pós-operatória.
Para ter um diagnóstico preciso do problema, porém, é preciso procurar um médico. “Por mais que a queda na temperatura possa ter influência sobre o corpo, é importante ter certeza sobre o que está provocando as dores, por meio de análises e exames, que permitirão um diagnóstico mais preciso”, alerta o ortopedista.
Apesar garantir um alívio nas dores, a automedicação não é recomendada pelo médico, afinal pode mascarar um problema mais grave. “A solução mais fácil é ir até a farmácia mais próxima e comprar um remédio qualquer para combater as dores. Mas, se usada de forma incorreta e abusiva, a medicação, em vez de solucionar, pode agravar a patologia e trazer sérias consequências à saúde”, aponta o médico.
Uma dica importante, para diminuir o efeito das dores, é manter o corpo em atividade, mas sem forçar demais, para não piorar o problema. “Exercícios de baixo impacto, como caminhadas e alongamentos, ajudam a evitar o aumento das dores”, observa Lourimar Tolêdo.
Fonte: Folha Vitória
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