A atitude é simples, mas traz resultados concretos: utilizar maquiagem no rosto fez toda a diferença num grupo de 17 mulheres com lúpus eritematoso sistêmico, doença inflamatória que provoca manchas na pele, além de acometer as articulações, os rins, o cérebro e o coração. A experiência, conduzida no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, foi apresentada durante o último Congresso Brasileiro de Reumatologia, que aconteceu em Brasília, na semana passada.
No início do estudo, todas as voluntárias tiveram que responder à pergunta: “Qual o impacto das manifestações cutâneas do lúpus na sua vida?”. Daí, receberam um kit de produtos e foram orientadas a aplicá-los todos os dias. Após 12 semanas, elas voltaram ao consultório e passaram por uma reavaliação. Deste momento em diante, podiam fazer uso da maquiagem quando quisessem. Quatro meses depois, todas preencheram um segundo questionário, em que contavam o impacto da camuflagem cosmética (nome utilizado durante a pesquisa) na vida delas.
Primeiramente, as pacientes relataram sentimentos negativos sobre as cicatrizes do lúpus: palavras como tristeza, vergonha, depressão e discriminação foram bastante mencionadas. Mas, ao final, as 17 mulheres sofreram uma mudança positiva na autoimagem e na autoestima. E isso ocorreu até mesmo naquelas que afirmavam não sentir um impacto negativo das lesões na pele. “Hoje não saio sem usar a maquiagem. Minha autoestima aumentou muito. Não tenho mais vergonha das minhas manchas. Vou a qualquer lugar, sem medo de ficarem me olhando”, relatou uma das voluntárias, que teve o nome mantido em sigilo.
Porém, antes de passar base, blush e corretivo na pele, é importante conversar com o médico e conferir se determinados itens não atrapalham o tratamento do lúpus. Se o doutor der o ok, a maquiagem vira uma aliada valiosa para resgatar a alegria e a confiança.
Fonte: M de Mulher
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