Em 2019, mais de metade da população adulta residente em Portugal apresentava excesso de peso ou obesidade, registando-se um “ligeiro aumento” de 0,7% face a 2014.
Mais de metade da população adulta residente em Portugal apresentava excesso de peso ou obesidade em 2019, registando-se um “ligeiro aumento” face a 2014, revela o Inquérito Nacional de Saúde esta sexta-feira divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados precisam que, em 2019, 4,6 milhões de pessoas com 18 ou mais anos (36,6% da população) tinha excesso de peso e 1,5 milhões (16,9%) obesidade, o que representa um aumento em relação a 2014 (36,4% e 16,4%, respetivamente).
A obesidade afeta mais as mulheres (17,4%) do que os homens (16,4%) e atinge principalmente a população dos 55 aos 74 anos, com valores superiores a 20%.
Os resultados do inquérito mostram que os valores mais elevados de obesidade se encontram nos Açores (25,3%) e os níveis mais baixos no Algarve (13,6%).
“A proporção de adultos com excesso de peso ou obesidade aumentou 0,8 p.p. em relação a 2014, principalmente no caso dos homens (mais 1,5 p.p.) e nos grupos etários mais jovens (dos 18 aos 34 anos) e mais idosos (85 ou mais anos)”, sublinha o estudo realizado com base numa amostra representativa de 22.191 alojamentos de todo o país.
O inquérito revela também que 66,4% da população com 15 ou mais anos referiu consumir fruta diariamente e 41,7% legumes ou saladas.
Apenas 0,5% referiram não consumir carne, peixe, nem quaisquer produtos derivados, enquanto e 2,8% não consumiam carne ou produtos derivados.
Outra conclusão do estudo aponta que a maioria da população com 15 ou mais anos não praticava qualquer atividade desportiva de forma regular (65,6%) em 2019, sendo que 13,6% referiu praticar exercício físico em um ou dois dias por semana (15,4% em 2014).
Para 34% da população, a prática semanal de exercício era inferior a duas horas, enquanto para 3,7% constituía uma prática diária (4,8% em 2014).
Contudo, mais de um terço da população com 15 ou mais anos (três milhões) deslocava-se a pé diariamente, a maioria em deslocações com duração média inferior a 30 minutos, mais 500 mil relativamente a 2014.
A proporção de homens que se deslocavam a pé (68,1%) era superior à de mulheres (66,1%) e em deslocações mais longas.
Os resultados do inquérito indicam ainda também “um aumento significativo” da população maior de 15 anos que desempenhava as suas tarefas diárias sentada ou em pé em atividades que envolviam um esforço físico ligeiro, passando de 47% em 2014 para 50,7% em 2019.
Cerca de um quarto da população referiu passar mais de oito horas por dia sentada, incluindo o tempo que passa no trabalho, nas deslocações e em casa.
Os dados do INE destacam ainda um aumento, relativamente a 2014, das proporções de pessoas que referiam sofrer de dores lombares (mais 4,4 p.p.), dores cervicais e outros problemas crônicos no pescoço (mais 3,1 p.p.) e hipertensão arterial (mais 1,1 p.p.).
As dores crônicas, designadamente as dores lombares ou outros problemas crônicos nas costas e as dores cervicais ou outros problemas crônicos no pescoço, foram as doenças crônicas referidas com maior frequência em 2019, respetivamente 37,3% e 27,1%.
A hipertensão arterial foi referida por 26,4% da população.
O INE conclui que “todas as doenças, com exceção da cirrose hepática, afetam relativamente mais mulheres do que homens”.
“No caso da depressão, da incontinência urinária e da artrose, este rácio atinge valores máximos, de 251 e 248 mulheres por cada 100 homens, respetivamente”, sublinha.
Ao contrário, a cirrose hepática é uma doença que afeta predominantemente os homens (89 mulheres por cada 100 homens).
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