Obesidade, atinge crianças e adultos, e vem afetando a qualidade de vida de um número cada vez maior de brasileiros
Dados do Ministério da Saúde, deste ano, mostram que 18,9% dos brasileiros com mais de 18 anos e que vivem nas capitais, são obesos. O número é 60,2% maior que o índice registrado em 2006, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez.
A obesidade, porém, é uma doença que não fica restrita aos adultos. Em 2017, o Ministério da Saúde identificou 328 mil crianças obesas com idades entre zero e cinco anos, o que representa 7,1% da população infantil. Como se trata de um problema que pode ser prevenido com alimentação adequada e prática de exercícios físicos, a adoção desse padrão de vida deve iniciar-se desde o nascimento.
Pensando na relevância do combate a essa doença, o nutricionista do Hapvida Saúde, Igor Oliveira, responde algumas perguntas frequentes sobre o tema:
O que é a obesidade?
Caracteriza-se pelo excesso de tecido adiposo, que pode causar inúmeras outras patologias. A obesidade infantil, inclusive, vem crescendo de forma muito rápida. Segundo pesquisas, em torno de 7% das crianças abaixo de 5 anos estão acima do peso, e isso pode ter diversas causas e efeitos no organismo.
Quais são as causas da obesidade infantil?
As causas podem ser várias, como a introdução alimentar mal realizada, falta de educação alimentar e nutricional, oferta demasiada de alimentos industrializados. Fatores hormonais e genéticos também podem prejudicar muito a condição, assim como a falta de atividade física relacionada à muitas horas em televisão, celular e pouca brincadeira, dentre outros. Portanto, a conscientização dos pais e/ou cuidadores com relação à alimentação é de extrema importância, afinal são eles que irão apresentar os alimentos para a criança.
Quais são os grupos de risco?
Não há exatamente um grupo de risco. Com o passar dos anos, o Brasil deixou de possuir a maior parte da população com desnutrição e passou a ter uma população obesa. Independentemente de fazer parte de uma família com maior ou menor poder aquisitivo, crianças que tenham uma alimentação rica em industrializados, alimentos ricos em açúcar, conservantes e aditivos, são os mais afetados pela obesidade.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito pela correlação do peso, estatura, índice de massa corporal (IMC) e idade. Dependendo da idade da criança, se seu peso estiver elevado em relação à idade e estatura, temos um possível caso de obesidade.
Tem cura? Qual tratamento?
Existe tratamento, embora bem complexo e com muitas variáveis. Reeducação alimentar e redução de industrializados são o início da parte nutricional do tratamento, que deve envolver outros profissionais da saúde. Para crianças, a prática moderada de atividades físicas pode ser lúdica e em forma de brincadeira.
Quais são suas complicações?
As complicações são má formação óssea, doenças metabólicas (diabetes e hipertensão), aumento das chances de acidente vascular cerebral (AVC), doenças cardiovasculares e câncer, além de problemas psicológicos e sociais. Uma criança obesa tem mais chances de se tornar um adolescente e adulto com obesidade e apresentar seus riscos associados.
Como prevenir?
A prevenção se dá pela educação alimentar e nutricional de toda a população e o incentivo da prática de atividades físicas. Recentemente, o Brasil aprovou uma lei que inclui a educação nutricional e alimentar no currículo escolar. Este pode ser um passo em direção à redução da obesidade infantil.
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