Além de vários tipos de câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e envelhecimento precoce são alguns dos efeitos do cigarro, que causa 156 mil mortes anuais no Brasil
Os impactos negativos do tabagismo para a saúde não estão restritos ao câncer, como se acredita. O cigarro contém mais de 6 mil substâncias tóxicas causadoras de tumores no sangue, bexiga, pulmão, fígado, boca e em vários outros órgãos. O tabaco é responsável pelo surgimento também de doenças de pele, cardiovasculares e diabetes, levando à morte mais de 8 milhões de pessoas no mundo, a cada ano. Mais de 1,2 milhão dessas mortes envolvem fumantes passivos, conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/Brasil).
Na pele, o maior órgão do corpo humano, esses efeitos tóxicos podem provocar envelhecimento precoce, flacidez, manchas e até queda de cabelo. O Dia do Combate ao Fumo, celebrado hoje, foi criado em 1986, pela Lei Federal 7.488, para controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.
Entre as principais consequências do tabaco, o Ministério da Saúde cita o câncer de pulmão, que tem o cigarro como principal causa e é responsável por mais de dois terços das mortes por essa doença em todo o mundo. No Brasil, o câncer de pulmão é o segundo mais frequente, atrás apenas do câncer de pele e melanoma, e o primeiro no ranking mundial desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Segundo o Inca, cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão.
Fumantes são mais suscetíveis a internações e até mesmo mortes quando associados a outras doenças. No Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência à nicotina. São perdidos R$ 56,9 bilhões a cada ano devido a despesas médicas e perda de produtividade, e 156.216 mortes anuais poderiam ser evitadas. O maior peso é dado pelo câncer, doença cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco, 34.999 correspondem a doenças cardíacas, 31.120 por DPOC, 26.651 por outros cânceres, 23.762 por câncer de pulmão, 17.972 por tabagismo passivo, 10.900 por pneumonia, 10.812 por AVC (acidente vascular cerebral), de acordo com o Inca.
A vice-presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Mariana Peixoto, explica que os fumantes estão mais propensos a desenvolver a artrite reumatoide (AR), uma doença autoimune inflamatória crônica que acomete mais de 2 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde.
Colágeno
Pedro Bersan, cirurgião plástico, reforça que as substâncias do cigarro inibem também a produção natural do colágeno, propiciando o surgimento dos primeiros sinais de envelhecimento, como a flacidez e as rugas.
Já a coordenadora de odontologia da Faculdade Pitágoras, Célia Teixeira, aponta as manchas dos dentes como o malefício mais evidente do cigarro, que, além de deixar os dentes amarelados, causa mau hálito e pode trazer doenças na gengiva, bem como é um fator de risco para o câncer de boca.
enquanto isso…
…Vítimas inocentes
Ao inalar a fumaça do cigarro, o fumante passivo também está suscetível à ocorrência de inúmeras patologias. Faringites, bronquites, enfisema pulmonar, diversos tipos de câncer, sobretudo problemas do pulmão e doenças cardiovasculares, como as coronariopatias e o infarto do miocárdio são alguns exemplos. A convivência com um fumante aumenta o risco de doenças cardíacas coronarianas em 25% a 30%. O tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, subsequente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool, conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais. Efeitos imediatos são irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaleia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias e dos riscos cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito). Pode haver ainda comprometimento gradual da capacidade respiratória. É especialmente perigoso na gravidez, podendo prejudicar o crescimento do feto e até implicar em complicações que levem à morte.
Fonte: Jornal Estado de Minas.
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