Dor na região mais baixa das costas e no quadril, que piora quando está em repouso e apresenta alívio quando está em movimento. Esses sintomas podem ser algo muito mais sério do que um simples mal jeito na coluna. Pode significar espondilite anquilosante, que é uma doença inflamatória, crônica – ou seja, sem cura – e progressivamente incapacitante. Além disso, se diagnosticada tardiamente e sem o tratamento correto pode ocasionar prejuízos à mobilidade e evoluir para artrite de grandes articulações nos membros inferiores.
Cerca de 20% dos indivíduos com HLA-B27 (marcador genético) podem desenvolver a doença. Segundo o reumatologista Fernando Gasparin, a espondilite anquilosante aparece na maioria dos casos em adultos jovens – entre 20 e 45 anos – e é mais frequente em homens. “Há pessoas que acordam no meio da noite com dor, que melhora depois de se movimentar um pouco. Muitos acordam pela manhã rígidos, com a coluna travada. É preciso se levantar e movimentar para melhorar”, afirmou Gasparin.
De acordo com ele, a dor próxima às nádegas pode ocorrer apenas de um lado. “A espondilite tem um início lento e a piora é insidiosa. Mas uma vez iniciada a doença, o processo é contínuo com dor todos os dias.”
Outra característica da doença é a inflamação das articulações entre as costelas e a coluna vertebral, que pode causar dor irradiada para o peito e que piora com respiração profunda, sentida ao redor das costelas. Alguns pacientes apresentam forte cansaço, perda de apetite e peso.
Se não diagnosticada e tratada adequadamente, a espondilite anquilosante pode levar à incapacidade física, com acentuada limitação dos movimentos e curvatura da coluna que dificulta o caminhar de forma ereta, ficando com o tronco curvado e a cabeça baixa (posição de esquiador) sem conseguir girar o pescoço. “Também pode acarretar em artrite de grandes articulações, principalmente de membros inferiores, como joelho e tornozelo. Além disso, pode ocorrer uveíte, que é a inflamação do olho. E dactilite ou dedo de salsicha, que é inflamação dos dedos e ficam completamente inchados”, disse Gasparin.
Diagnóstico e tratamento
Para o diagnóstico da espondilite anquilosante é necessário procurar um especialista em reumatologia. Segundo Gasparin, atualmente, o resultado positivo da doençã é mais rápido e mais preciso. “Hoje em dia se consegue fazer o diagnóstico muito mais precoce. Com poucas semanas de sintomas, já pode ser detectada com uma ressonância da articulação sacroilíaca. Há 10 anos, era mais difícil e demorado. Era feito com radiografia e para se ter alguma alteração no raio X levava de 3 a 5 anos.”
Os tratamentos também estão mais acessíveis e eficazes, de acordo com o reumatologista. “Atualmente, os medicamentos utilizados são cobertos tanto pelos planos de saúde quanto pelo SUS. É uma cobertura obrigatória e muda a qualidade de vida do paciente”, disse Gasparin. Fisioterapia também é uma alternativa para tratar a espondilite anquilosante.
Fonte: Correio Uberlândia
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