Apesar dos números preocupantes associados às doenças reumáticas em Portugal, um correto tratamento e uma adequada alimentação como aliada da prevenção destas doenças ainda é, no entender da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, um desafio.
Estas doenças causam dor, limitando a vida do paciente de variadas formas, alterando muitas vezes a sua capacidade funcional, explica o organismo em comunicado, acrescentando que os principais sintomas são quadros de dor, fadiga e fraqueza muscular. Assim, alerta para o fato de “a alimentação funcionar como coadjuvante da terapêutica ou outro tratamento médico, promovendo uma melhoria dos sintomas e ajudando a diminuir a progressão da doença, assim como alguns fatores de risco associados”.
“A ingestão de proteínas é fundamental, uma vez que estas pessoas podem ter uma maior debilidade muscular”, é referido, por outro lado, “são essenciais minerais como o ferro, zinco, cobre e selénio, bem como as vitaminas A, D, E e K, que só se dissolvem em gordura, pelo que ficam armazenadas no organismo durante mais tempo”.
Na perspetiva da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, “a dieta mediterrânica pode ajudar a reduzir os quadros de processo inflamatório e a atenuar os principais sintomas das doenças reumáticas”. Desta forma, “hortícolas, fruta e cereais pouco processados deverão fazer parte do regime nutricional. O azeite, que deve ser a fonte de gordura de eleição, tem de ser consumido com alguma contenção, pois não deixa de ser uma gordura”.
Já no que respeita aos doentes reumáticos que sofrem de excesso de peso, existe uma “dificuldade acrescida na eficácia do tratamento e uma evolução menos favorável dos sintomas ao longo do tempo, uma vez que as articulações são sobrecarregadas de forma constante, o que as desgasta mais rapidamente”, pode ler-se.
Embora não esteja comprovada uma relação direta entre a ingestão de determinados alimentos e o surgimento de uma crise ou agravamento repentino dos sintomas, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia alerta para o fato de que “um regime alimentar correto e adaptado às necessidades de cada indivíduo tem um impacto positivo a longo prazo”.
Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, José Canas da Silva, “cada doença do foro reumático tem as suas especificidades e exigências nutricionais, portanto aconselha-se sempre a consulta de um médico, e após o diagnóstico de uma doença reumática, idealmente o doente deverá ser seguido por um nutricionista, procurando identificar o plano alimentar que de melhor forma se adeque às necessidades energéticas e nutricionais. Este plano deverá ser, então, partilhado com o reumatologista e com os restantes clínicos que acompanham o doente”.
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