Existem mais de 80 doenças auto-imunes, sendo algumas bem conhecidas como a Artrite Reumatoide, o Lúpus Eritematoso Sistêmico, a Espondilite Anquilosante e a Artrite Psoriásica.
As doenças auto-imunes, tal como o nome indica, resultam de uma má função do sistema imunológico, que começa a atacar o próprio organismo em defesa do mesmo. Todos temos sistema imunológico, cuja função é proteger-nos das doenças. Dito de uma forma simples, em pessoas saudáveis, este sistema reconhece de imediato as diferenças entre as células boas e os componentes maus que invadem o organismo. Nas pessoas que sofrem doenças auto-imunes, as defesas não conseguem fazer essa distinção, começando a atacar as células saudáveis, ou seja, um auto-ataque.
Algumas doenças auto-imunes são frequentes, chegando a afetar cerca de 10 por cento da população, atingindo qualquer órgão, às vezes vários e, apresentam um amplo espectro de gravidade. Embora estas doenças não sejam doenças genéticas, a existência de uma predisposição genética é essencial para o seu desenvolvimento. Isto significa que determinadas combinações de genes resultam num risco mais elevado de desenvolvimento de uma doença auto-imune. Além da predisposição genética, alguns fatores ambientais podem precipitar o seu aparecimento: infecções, vacinas, alterações hormonais, tabagismo ou deficiências nutricionais.
Outra caraterística das doenças auto-imunes é não serem contagiosas. No entanto, são crônicas e muitas vezes difíceis de reconhecer e de diagnosticar, podendo causar lesões graves dos órgãos e em casos concretos comprometer a vida humana. Os sintomas são muito variados, não só de umas doenças para as outras, como também na mesma doença, sendo um desafio para os médicos, quer no seu diagnóstico, quer na sua terapêutica.
O tratamento das doenças auto-imunes consiste na administração de fármacos anti-inflamatórios, corticoesteroides, imunossupressores e biológicos. A terapia biológica baseia-se nos novos conhecimentos da biotecnologia, que permitiram identificar alvos específicos, responsáveis pela atividade das doenças.
Os fármacos hoje disponíveis são uma evolução fundamental no tratamento deste tipo de condições, que podem assim beneficiar terapêuticas altamente específicas e eficazes, bloqueando alvos muito selecionados e travando o dano estrutural que por vezes estas provocam. Vieram revolucionar o tratamento destas doenças, alterando seu curso natural de evolução e oferecendo um enorme impacto na qualidade de vida dos doentes.
Ao contrário dos fármacos produzidos por síntese química, os medicamentos biológicos são produzidos habitualmente através de um ser vivo ou através da introdução de um ácido nucleico, através de processos altamente complexos.
Podem ser derivados de hormonios, anticorpos, derivados de sangue, medicamentos imunológicos (como soros e vacinas) e fatores de crescimento, entre outros.
Em Portugal, o Hospital Particular do Algarve (HPA) possui a consulta especializada de doenças auto-imunes, sendo igualmente um Centro Prescritor de Agentes Biológicos para estas patologias, certificado pela Direção Geral de Saúde, nomeadamente para a artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica e artrite juvenil poliarticular.
No próximo sábado, dia 5 de novembro, o HPA organiza no sua unidade em Alvor o primeiro Encontro científico sobre esta temática, cujo programa e inscrição podem ser feitos no site: http://www.grupohpa.com
Fonte: http://barlavento.pt/saude/doencas-auto-imunes-e-terapia-biologica
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