Imagine que seu sistema vascular é um encanamento e o coração uma bomba que irriga todas as ramificações pelo corpo. A pressão para o funcionamento desse sistema sem problemas significativos deve ser, no máximo, 140/90 mmHG ou 14 por 9. Quando há uma variação para mais em relação a esse número, acontece o que chamamos de hipertensão arterial. Isso pode levar a complicações como infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal e acidente vascular cerebral.
Considerada uma doença silenciosa, a conhecida pressão alta faz parte da vida de mais de 30 milhões de brasileiros, de acordo com estimativa do Ministério da Saúde, em 2018. No entanto, apenas 10% desses casos são diagnosticados. Ainda segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 100 mil pessoas já morreram em decorrência de doenças cardiovasculares no país.
O cardiologista Everton Dombeck, do Hospital Cardiológico Costantini, explica que há variáveis que devem ser levadas em consideração para o diagnóstico da hipertensão. “A pressão varia, pois há muitos fatores que podem influenciá-la, como a alimentação, o emocional, níveis de colesterol e glicose, peso do paciente e, até mesmo, a temperatura ambiente. Em dias frios, é normal a pressão aumentar”, explica.
Classificada como doença muito comum no Brasil, a hipertensão requer o alerta de todas as faixas etárias, tendo em vista outros fatores que influenciam nos níveis elevados e sistêmicos da pressão arterial, como complementa o cardiologista. “Fazer o diagnóstico da hipertensão não é fácil. É preciso uma vigilância mais presente. Quem tem histórico familiar, obesidade e diabetes deve dar atenção ao caso. Na população dos diabéticos, por exemplo, 30% podem ter pressão alta”.
Ausência de sintomas
O título de doença silenciosa não é por acaso. Apesar de sinais como tontura, dor na nuca e no peito e a sensação de “cabeça flutuando” indicarem que a pressão está elevada, raramente a hipertensão apresenta sintomas significativos. “Geralmente, nesses casos, a pressão já está muito alta ou houve uma elevação abrupta”, comenta Fernanda Tavares, também cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini.
Por este motivo, a especialista indica a avaliação periódica com um médico de acordo com o perfil do paciente. Por exemplo, pessoas já diagnosticadas com hipertensão arterial, crianças e idosos, grupos com fatores de risco e propensos a maiores alterações de peso e crescimento, no caso dos pequenos, precisam de um acompanhamento trimestral com um profissional.
Dombeck complementa e incentiva o hábito constante de aferição da pressão em casa, como sendo parte de uma rotina preventiva, mesmo se não houver um diagnóstico. “Assim como você tem uma balança para controlar o peso ou um termômetro, hoje, os medidores de pressão arterial são acessíveis e de fácil manuseio. A pressão elevada pode ser somente estresse do dia, no entanto, para um diagnóstico eficaz, é preciso que haja uma frequência nessa verificação”, avalia o cardiologista.
Sódio: o vilão invisível
Apesar de ser a principal fonte de sódio na alimentação dos brasileiros, o sal não é o único culpado pela elevação dos níveis de pressão arterial. Nessa batalha contra a hipertensão, alimentos como carnes processadas, temperos prontos, salgadinhos industrializados, alguns queijos e enlatados também devem ser evitados, de acordo com a cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, Fernanda Tavares.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de, no máximo, 2 gramas de sódio, o que equivale a 5 gramas de sal. “Além de controlar o sódio, lembrando que ele não está presente somente nos alimentos salgados, as pessoas também devem procurar combater a obesidade e os maus hábitos alimentares, mantendo uma dieta equilibrada e saudável”, comenta Fernanda.
Tratamento
A hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada e garantir qualidade de vida e bem-estar ao paciente. A recomendação de bons hábitos alimentares já é regra e a prática de atividades físicas pode ser benéfica, se feita com acompanhamento profissional. O tratamento medicamentoso é individual e deve se adequar ao perfil do hipertenso, conforme explica Fernanda. “É preciso usar a medicação adequada e controlar as metas pressóricas, além dos fatores de risco, muitas vezes associados à presença de proteínas na urina, aumento do colesterol, diabetes e afins”.
Fonte: Literal Assessoria de Comunicação
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