Dez minutos de atividade física diária são o suficiente para diminuir em 85% a chance de se tornar incapacitado por causa de uma artrite. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Northwestern, em Illinois, nos Estados Unidos. De acordo a estimativa da Sociedade Brasileira de Reumatologia, 1,5% da população brasileira — cerca de 3 milhões de pessoas — sofre com este problema. No ano de 2018, o Ministério da Saúde registrou 17.995 atendimentos ambulatoriais e internações hospitalares em decorrência de quadros de artrite.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que sejam feitos, no mínimo, 150 minutos de exercício físico semanal, que dividido entre os dias da semana, daria um pouco mais de 21 minutos por dia. O estudo mostra a realização de metade do tempo de atividade física recomendada já é o suficiente para afastar a artrite.
“Esse limiar mínimo pode motivar os idosos inativos a iniciar seu caminho em direção a um estilo de vida fisicamente ativo com a ampla gama de benefícios à saúde promovidos pela atividade física”, diz Dorothy Dunlop, principal autora do estudo e professora de medicina preventiva da Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern.
A pesquisa foi realizada com 1.500 adultos. No começo do estudo, todos os participantes sofriam de dores e rigidez devido à artrite nos joelhos, quadris, tornozelos ou pés, mas nenhum deles estava incapacitado para a realização de atividades físicas.
Após quatro anos, 24% dos adultos que não fizeram o mínimo de atividade física recomendada andavam tão devagar que não conseguiam atravessar a rua em segurança e 23% relataram problemas para realizar atividades da rotina. Um dos resultados apontou que ao menos uma hora de exercícios por semana diminui em 45% o risco de incapacidade nas tarefas diárias como caminhar em uma sala, tomar banho e se vestir.
Durante a prática de exercícios físicos, uma série de hormônios e metabólicos do organismo são estimulados, aumentando a produção do sistema ósseo. Além disso, há o aumento da circulação entre as articulações, deixando-as mais irrigadas e fortalecidas. Ou seja, além do fortalecimento da musculatura que o exercício promove, ele dá maiores condições da articulação funcionar sem nenhum tipo de sobrecarga — explica André Fernandes, profissional de Educação Física e conselheiro do Conselho Regional de Educação Física (CREF1).
Conhecendo a doença
A artrite é um tipo de inflamação nas articulações, que ocorre principalmente nas mulheres entre 30 e 40 anos.
Os sintomas são dor constante na articulação, mais comum nos joelhos, cotovelo ou dedos; rigidez e dificuldade para movimentar a articulação, especialmente de manhã; articulação quente, vermelha e inchada — finaliza Antônio Polaco, ortopedista e médico do esporte.
O diagnóstico é baseado em uma série de critérios, como rigidez articular matinal durando pelo menos uma hora; dores nas articulações das mãos, como nos punhos, na articulação do meio dos dedos e entre os dedos e mão; presença de nódulos reumatoides; e presença de fator reumatoide no sangue.
Os principais exames sangue são o de velocidade de hemossedimentação (VHS) e o de dosagem da proteína C reativa (PCR). É preciso que estes sinais estejam presentes por pelo menos seis semanas. Exames complementares, como radiografias, ultrassonografias, tomografias, ressonância podem ser solicitados pelo médico para fechar o quadro da doença.
O tratamento é feito com mediamentos anti-inflamatórios, que podem ser seguidos de corticoides para as fases mais agudas da doença. A fisioterapia e a terapia ocupacional ajudam o paciente a manter o movimento das áreas afetadas.
Fonte: Extra Globo
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