O que pessoas com artrite reumatoide, lúpus e outros problemas reumatológicos precisam fazer para se proteger do novo coronavírus
Pessoas que sofrem com artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e outras doenças reumatológicas autoimunes sempre têm uma preocupação com infecções. Por um lado, quando a enfermidade está descontrolada, o corpo fica mais suscetível ao ataque de vírus, bactérias e afins. Por outro, muitos dos tratamentos suprimem as tropas de defesa. Então, o que fazer para reduzir o risco de pegar o novo coronavírus (Sars-Cov-2) e o de sofrer com suas complicações?
Antes de tudo, convém ressaltar que não há estudos confirmando que os indivíduos com reumatismos se integram no grupo de risco para a Covid-19. “Como essas doenças são menos comuns, só teremos certeza disso com o avançar dos casos e das pesquisas”, interpreta o médico Eduardo Paiva, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). “Mas precisamos tomar as devidas precauções, considerando que nossos pacientes podem sofrer com déficits imunológicos”, completa. Já é certo, por exemplo, que essa população possui maior probabilidade de desenvolver sintomas graves da gripe.
Em um comunicado da SBR sobre o novo coronavírus, vários pontos de cuidado são colocados. Um dos temas mais abordados são as medicações. “Ninguém deve suspender o uso de qualquer remédio, seja um corticoide ou um biológico, sem conversar com o profissional de saúde”, alerta Paiva. Porém, ajustes na dose podem ser realizados, de acordo com a evolução do quadro de cada um.
Um exemplo apontado por Paiva: se a doença está bem controlada, o médico pode considerar ajustar as medicações para que organismo fique um pouco mais preparado para debelar infecções. Agora, deixar o problema progredir livremente sob a alegação de se proteger do coronavírus é um tiro no pé.
Outro ponto importante é verificar a necessidade de consultas presenciais O paciente pode conversar com o profissional de saúde por telefone e sanar suas dúvidas.
O Ministério da Saúde também recomendou que os gestores locais possibilitem aos médicos fazer receitas para remédios de uso contínuo com duração de mais de 30 dias. “É uma ótima medida, porque isso faz com que o paciente se desloque menos para manter o tratamento”, opina Paiva.
No mais, estudos preliminares apontaram um possível risco de o ibuprofeno agravar quadros de coronavírus. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que as evidências científicas são insuficientes para contraindicar esse anti-inflamatório, porém a SBR pede “cautela na indicação” entre os pacientes com condições reumatológicas. “Como temos muitas outras opções com a mesma ação desse medicamento, podemos substituí-lo sem grandes consequências enquanto aguardamos mais pesquisas”, informa Paiva.
Os cuidados no dia a dia do paciente com doença reumatológica
Eles não diferem muito da população em geral. Lave as mãos com frequência, fique em casa o máximo possível, evite aglomerações, mantenha uma rotina saudável…
No informe da SBR, destaca-se a necessidade de ficar com as vacinas em dia, especialmente contra gripe, pneumococos e coqueluche. As pessoas com doenças reumatológicas podem tomar sua dose do imunizante contra a gripe a partir do dia 16 de abril.
Fonte: Revista Abril
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