Após décadas de buscas, finalmente pesquisadores conseguiram identificar células-tronco humanas que podem dar origem ao esqueleto de forma confiável. Além dos ossos, essas células podem originar cartilagem e outros tecidos que compõem o esqueleto do corpo. Esse feito pode significar esperanças para tratamento de osteoporose e problemas nas articulações, além de fraturas.
A pesquisa foi divulgada na Revista Cell por pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, e teve participação de cientistas de outras importantes instituições de pesquisa do mundo. A equipe já havia identificado essas células em camundongos e, agora, as encontraram também em humanos. Michael Kyba, um pesquisador da Universidade de Minnesota (EUA), especialista em células-tronco, em uma entrevista para a revista Science, afirmou que a descoberta é uma confirmação importante, porque os seres humanos são um sistema muito mais complexo que os ratos.
As células são compostas por uma mistura que pode, além de osso e cartilagem, originar gordura, tecido conjuntivo, vaso sanguíneo, entre outros. Dessa maneira, o desafio era isolar especificamente aquelas que dão origem ao esqueleto.
A pesquisa foi iniciada pelos pesquisadores Michael T. Longaker e Charles K. F. Chan, na Universidade de Stanford, na Califórnia. Eles utilizaram camundongos geneticamente modificados para que células-tronco que dão origem aos diferentes tecidos tivessem cores diferentes. Isso permitiu identificar exatamente quem faz o que. Assim, os pesquisadores foram capazes de identificar aquelas células que formam o esqueleto.
Os pesquisadores investigaram células humanas obtidas de ossos de fetos abortados ou fragmentos ósseos retirados de cirurgias ortopédicas. Eles cultivaram essas células e isolaram as que formavam novos ossos e cartilagens. Em seguida, eles comprovaram que essas células só formavam ossos e cartilagem e não gordura, músculo ou outro tecido.
A esperança no tratamento da osteoporose e problemas nas articulações
O estudo prevê que as células sejam usadas para substituir ossos danificados e tratar doenças esqueléticas degenerativas como a osteoporose e problemas nas articulações. Essas células, aparentemente, podem ser estimuladas a partir da gordura que normalmente é descartada após a lipoaspiração. Isso sugere um abundante reservatório potencial de células-tronco para dar sequência a futuras pesquisas e desenvolver terapias.
Embora a aplicação prática seja muito promissora, é preciso vencer alguns obstáculos para transformar a pesquisa em tratamento. Um deles é produzir essas células em quantidade suficiente. Mas não há dúvidas de que foi dado um passo importante nessa direção.
Fonte: SIMI – Sistema Mineiro de Inovação
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