Cirurgia já é realizada em pacientes com menor grau de deformidade nas articulações. |
Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira cresce a preocupação com a qualidade de vida dessa parcela da população. De acordo com o médico ortopedista cirurgião e especialista em implante de próteses de joelho e quadril, João Batista de Miranda, um dos principais problemas que acomete a 3ª idade é a artrose, impondo dificuldades e limitações de mobilidade. A substituição das articulações degeneradas por próteses em joelho e quadril tem tido excelente resultado em mais de 90% dos casos, com índices superiores nos pacientes com grau menor de avanço da doença.
O cirurgião João Batista de Miranda explica que a artrose é classificada do grau 1 a 5, dependendo da lesão da cartilagem. “O grau da doença para se indicar a cirurgia depende do paciente, de suas condições clínicas, entretanto, deve ser salientado que antes da cirurgia existem outras modalidades de tratamento. Na Europa e nos Estados Unidos, já num menor grau de lesão, a cirurgia está sendo indicada porque os resultados têm sido melhores, especialmente na recuperação do paciente. Grandes deformidades articulares, hipotrofia muscular e limitação do movimento, associados à pior condição do paciente, podem prejudicar na recuperação”, avalia o médico.
No Brasil são realizadas cerca de 60 mil cirurgias de prótese de quadril e joelho por ano. Já nos Estados Unidos são feitos cerca de 600 mil procedimentos por ano. “Todo paciente que tem a doença diagnosticada e apresenta dor, desconforto, limitação funcional, dificuldade para caminhar e para realizar as tarefas do dia a dia, tem indicação de prótese”, afirma.
De acordo com o médico, a cirurgia leva de uma hora a uma hora e vinte minutos e o procedimento consiste na retirara da cartilagem danificada, substituindo pela prótese. Os materiais das próteses, tanto para o joelho como quadril, segundo ele, variam e têm diferentes combinações entre metal, polietileno e cerâmica. A evolução dos materiais permite o encaixe perfeito, devolvendo a mobilidade ao paciente. O tempo de internação é de apenas 3 a 4 dias, sendo que a recuperação completa dos movimentos, com auxílio de fisioterapia, varia de um a dois meses, dependendo do caso. O cirurgião acrescenta que quando o grau de deformidade da articulação é menor e a condição clínica do paciente é melhor, geralmente a recuperação pós-operatória é mais rápida.
A artrose causa a desgaste progressivo dos tecidos que compõem as articulações e que possibilitam a mobilidade dos ossos, levando à instalação progressiva de dor, deformação da articulação e limitação dos movimentos. O principal sintoma é a dor que pode ser leve, moderada ou intensa. A doença, na maioria dos casos, ataca as áreas no corpo que suportam maior peso como quadril e joelhos. O diagnóstico da doença é feito por meio de exame clínico e raio-X ou ressonância magnética e o tratamento medicamentoso ou a colocação de próteses depende da avaliação médica de especialista.
De acordo com a última pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nas últimas três décadas a expectativa de vida do brasileiro aumentou em mais de 11 anos, chegando a 74 anos e 29 dias. Estudo recente aponta que hoje cerca de 5% da população acima dos 55 anos desenvolve a artrose, ou seja, 10 milhões de brasileiros sofrem com a doença, número que deverá chegar a 12,3 milhões nos próximos três anos. A causa da doença está ligada ao envelhecimento, fatores genéticos ou traumas. Dependendo do estágio, a artrose tira a mobilidade do paciente, o que no caso dos idosos faz que precisem de apoio constante para se movimentarem, tornando-os dependentes de familiares para rotinas simples.
Sobre o médico
Dr. João Batista de Miranda é formado pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp (1974), com Especialização em Reumatologia e pós-graduado em Cirurgia pela mesma Universidade (1996). Foi docente até 1981, quando iniciou estágio em Ortopedia e Traumatologia na mesma faculdade e, posteriormente, na Campbell Clinic, Memphis, Tennesse, USA. De volta ao Brasil, retomou a carreira docente no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FCM (Unicamp), tendo como principal linha de pesquisa a regeneração de tecido ósseo utilizando-se enxertos homólogos de banco de ossos, linha esta que culminou com o trabalho de doutorado em Pós-Graduação em Cirurgia. Também no Departamento de Ortopedia e Traumatologia ocupou os cargos de chefe, coordenador da Graduação e do Internato e Coordenador do Grupo de Cirurgia do Joelho e Doenças Inflamatórias. Atualmente é cirurgião, especialista em próteses de joelho e quadril; docente da Faculdade de Ciências Médicas e coordenador de Administração do Hospital de Clínicas da Unicamp.
Contato para imprensa
Miriam Bizarro
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