Doença afeta aproximadamente 1% da população, o que representa cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil
A dor nas costas afeta oito em cada dez pessoas em alguma fase de vida e pode ser de difícil diagnóstico. Porém, é preciso buscar informações com especialista, pois esse pode ser um sintoma de um tipo de artrite que deforma a coluna, a espondilite anquilosante. Esta doença atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil e causa inflamações em diversas articulações no corpo e especialmente na coluna vertebral. Se não tratada de forma efetiva, pode evoluir para perda irreversível dos movimentos causada pelos anos de inflamação.
“As dores vinham antes na coluna, mas eram toleráveis. Sempre tratada com anti-inflamatórios e resolviam no momento, mas em 2006 tive a primeira grande crise”, relata Samuel Oliveira, educador físico, paciente com espondilite anquilosante e desenvolvedor do blog Espondilite Brasil. “Tive uma inflamação no tornozelo direito, como se fosse uma entorse. Depois, fisioterapia sem resultados e passou a inflamar o joelho esquerdo. A dor era incapacitante. Queimava, ardia, ficava vermelho e inchado nas articulações. Em pouco tempo tinha muitas articulações inflamadas”.
O principal sintoma da espondilite anquilosante é uma dor lombar persistente, por mais de três meses. Uma simples dor nas costas ou nas nádegas pode evoluir e chegar a causar dificuldades para a pessoa se movimentar. Por ser um sintoma comum, o diagnóstico pode acabar demorando. Um paciente com a espondilite anquilosante chega a demorar, em média, oito anos para ter o diagnóstico, principalmente por desconhecimento dos sintomas8. “Do início da investigação até iniciar um tratamento efetivo foram 2 anos e meio de martírio. O tratamento correto veio com o diagnóstico no final de 2006”, destaca Oliveira.
Outra artrite que muitas vezes passa despercebida é a artrite psoriásica. A enfermidade relacionada à doença de pele, acaba sendo não diagnosticada em um quarto dos casos e causa mais prejuízo à qualidade de vida da pessoa com psoríase. Estima-se que 10% das pessoas com a psoríase possa ter essa artrite. “Descobri que tinha artrite psoriásica em 2015, mas desde 2006 já sentia dores na coluna e cheguei a fazer cirurgia de hérnia de disco. Após sentir dores nos calcanhares, lombar e nas mãos, conversei com a minha médica e ela identificou que essas dores eram relacionadas à essa forma de artrite”, ressalta Thays Ciconi – paciente com psoríase há 26 anos e fundadora do blog Amigos com Psoríase”, ressalta Thays Ciconi – paciente com psoríase há 27 anos e fundadora do blog Amigos com Psoríase.
Ainda se busca a cura para a espondilite anquilosante, porém com o tratamento adequado, prática de exercícios físicos e fisioterapia, o paciente poderá seguir sua vida sem limitações. O tratamento é feito com terapias para alívio da dor e anti-inflamatórios. Os medicamentos biológicos, são indicados para pacientes que não apresentam boa resposta ao tratamento convencional. “Estou em remissão há 4 anos. Atualmente faço natação diariamente e mantenho o acompanhamento periódico, com reumatologista, neurologista, dermatologista e psiquiatra. Tenho algumas lesões permanentes, porém sem necessidade de analgésicos”, destaca Samuel.
Sintomas
O reumatologista é o especialista que poderá verificar se há indício dessas doenças. Caso sinta algum dos sintomas abaixo, procure um atendimento médico especializado que poderá identificar se você tem a espondilite anquilosante, para que você seja orientado e tratado adequadamente.
Sintomas mais comuns da espondilite anquilosante:
• Dor lombar persistente e significativa
• Dor nas nádegas, possivelmente se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna
• Aumento da dor com repouso, sendo pior pela manhã
• Cansaço, perda de apetite e também perdem peso
• Sensação de enrijecimento na coluna (rigidez), com dificuldade na mobilização
Sintomas mais comuns da atrite psoriásica:
• Dor e inchaço nas juntas
• Rigidez, principalmente durante a manhã ou após repouso
• Fadiga
• Pele com lesão e descamação, além de mudanças nas unhas
• Redução na extensão dos movimentos
Sobre a Espondilite Anquilosante
Estima-se que 1 em cada 100 indivíduos no mundo sofram com espondilite anquilosante. Cerca de 20% a 40% dos pacientes tratados com terapia anti-TNFα (anti-Fator de Necrose Tumoral) não apresentam resposta satisfatória a este tratamento. Segundo as novas recomendações do EULAR – organização europeia que representa pacientes com artrite, medicamentos biológicos (não limitandos aos anti-TNF) devem ser considerados em pacientes com espondilite anquilosante que não respondem bem aos tratamentos convencionais.
Até o momento, os agentes anti-TNF são a única opção de medicamentos biológicos disponíveis no SUS. Porém, já existem tratamentos em que 80% dos pacientes não apresentaram progressão da doença (radiográfica) na coluna vertebral.
Sobre a Artrite Psoriásica
Artrite psoriásica é uma doença crônica, inflamatória, que afeta tanto as articulações quanto a pele. Tipicamente é a junção de duas manifestações clínicas: a artrite (dor e inflamação nas articulações) e a psoríase (lesões descamativas na pele). Os sintomas incluem dor e rigidez nas articulações, psoríase na pele e nas unhas, dedos inchados, inchaço doloroso persistente dos tendões e danos irreversíveis nas articulações.
Cerca de 30% dos pacientes com psoríase desenvolvem artrite psoriásica e estima-se que uma em cada quatro pessoas com psoríase possam ter a doença não diagnosticada.
Mesmo após estarem recebendo algum tratamento para a doença, muitos pacientes continuam apresentando sintomas. Cerca de 40-50% dos pacientes com artrite psoriásica estão insatisfeitos com o tratamento e apenas 25% dos pacientes com psoríase e/ou artrite psoriásica se encontram satisfeitos com as terapias orais tradicionais. Aproximadamente 30 a 46% dos pacientes descontinuaram o tratamento com medicamentos anti-TNF durante o período de um ano.
O programa Bem-Estar é um serviço de adesão ao tratamento, que oferece informações, acompanhamento e disponibiliza serviços para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Entre em contato com a central de atendimento do Programa Bem-Estar por meio do telefone 0800-776-6300 e informe-se!
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