Comecei a sentir dores logo após o nascimento da minha filha. Não levava as dores muito a sério pois achava que era por estar dormindo mal e por estar com uma bebê pequena. Fui deixando passar, até que as dores foram aumentando e já me limitando para levantar o braço. Fui varias vezes ao PS onde era receitado anti-inflamatórios e era dispensada.
Logo, aquela dor do braço foi para as mãos, foi onde pensei que algo poderia estar errado. Procurei um Clinico geral que fez perguntas sobre o tempo que eu estava com dores, qual era a frequência e as sensações, e de cara pediu exames de sangue. No retorno ele confirmou que se tratava de artrite reumatoide, de inicio foi um espanto pois só ouvi falar em idosos com este problema, nunca vi ninguém jovem com esta doença, e na verdade nem me preocupei pois não sabia que seria uma doença tão agressiva.
O clinico me orientou a procurar um especialista para iniciar o tratamento mais adequado. Marquei a consulta com a reumatologista e ela solicitou alguns exames para confirmar o diagnostico do Clinico. Ela me explicou tudo que poderia acontecer se eu não seguisse as orientações dela, mas ao mesmo tempo foi me acalmando pois dizia que os remédios correspondiam as expectativas (na verdade ela queria só me acalmar pois não foi bem assim).
Dei inicio ao tratamento e fui pesquisar sobre a doença pois agora era certeza de que eu tinha ela. Ao pesquisar bateu o desespero, as imagens dão desespero de ver, li relatos de pessoas com mobilidades comprometidas, fiquei desesperada, só pensava que iria entrevar em cima de uma cama! E me questionava porque eu? Foi um percurso longo entre medicações que não surtiam efeito nenhum e as que eram boas para amenizar a dor mas causavam muitos efeitos colaterais. Tive crises fortíssimas onde pegar a minha filha no colo, abrir a mamadeira, abria a fita colante para trocar a fralda com os dentes pois as mãos estavam praticamente sem força, pentear os cabelos, escovar os dentes e até mesmo tomar um banho eram coisas torturantes.
Um dos episodio que me marcou muito foi quando minha filha começou a andar e um dia ela caiu e eu não conseguia abaixar para pega-la do chão pois sentia muita dor nos joelhos e nas mãos, não tinha força para pega-la então eu disse para ela, ” Filha não chora, levanta porque a mamãe não consegue abaixar para te levantar “. Neste dia eu notei o estrago que a artrite estava causando na minha vida, minha filha tão pequena ter que se acostumar com as minhas limitações.
Alguns anos depois tive uma melhora considerável, com crises não mais tão frequentes, e no meio dessa tempestade toda conheci uma pessoa que foi extremamente importante nessa minha trajetória, ele me incentivava a ter força, a não ter vergonha de pedir a ajuda dele, pois eu tinha muita vergonha em assumir a dor, assumir que não conseguia escovar o cabelo ou ate mesmo trocar de roupa e ele dizia que estava ali para me ajudar. Não se importava em fazer as coisas de acordo com as minhas limitações e dores ou até mesmo deixar de fazer.
Fiquei com a doença “controlada” por um bom tempo, porém o joelho era o que mais doía. Passei por uma cirurgia onde tive que me afastar do trabalho por quase três anos. A artrite é uma doença que causa muita dor para o paciente e para quem convive com o paciente, a doença me tirou muitas coisas, a liberdade, a auto estima, a auto confiança, mas me trouxe a força que nem eu mesma sabia que tinha!
Hoje retornei as minhas atividades profissionais, fui muito bem recebida pelo meu chefe que também é uma pessoa que me acolheu mesmo sabendo que eu tinha um problema de saúde. Me casei com a pessoa mais maravilhosa que já conheci, que me ajuda em todos os momentos, minha filha está com 12 anos, linda e sempre quando a artrite vem eles estão do meu lado!
Aos pacientes com artrite, tenham fé e paciência tudo muda muito, precisamos estar muito bem emocionalmente para tudo dar certo. Não se deixe abater, se entregar a doença jamais!
Me chamo Katia Regina Azevedo de Sousa, tenho 32 anos, convivo com artrite reumatoide há 11 anos, sou auxiliar de departamento pessoal, moro em São Paulo – SP.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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