Depois de uma segunda dose da injeção três semanas depois da primeira, 8,3% dos participantes do grupo de 10 microgramas e 75% do grupo de 30 microgramas também tiveram febre.
Outro sintoma apresentado foram distúrbios de sono. Os pesquisadores, no entanto, não consideraram os efeitos colaterais sérios e não resultaram em hospitalizações.
A vacina foi capaz de gerar anticorpos contra a covid-19 e alguns deles neutralizaram o vírus, o que pode significar que é capaz de parar o funcionamento dele, mas ainda não se sabe se esse nível mais alto de anticorpos é realmente capaz de gerar imunidade à doença.
A Pfizer irá conduzir novos estudos em breve para provar que quem tomou a vacina é 50% menos vulnerável ao vírus.
A novidade foi divulgada no site Medrxiv, principal distribuidor de descobertas científicas que ainda não foram revisadas por pares. Os resultados ainda não foram publicados em um jornal científico.
As empresas não divulgaram as diferenças dos efeitos da vacina por gênero, etnia ou faixa etária. As próximas fases do teste também serão focadas nos Estados Unidos. Se tudo der certo, a expectativa da companhia é produzir até 100 milhões de doses da vacina até o final deste ano e mais 1,2 bilhão até o final de 2021.
Com os resultados positivos, a Pfizer viu suas ações subirem mais de 4% na bolsa americana.
Apesar disso, as expectativas de uma prevenção ser criada ainda em 2020 são baixas e a maioria das companhias aponta que, se tudo der certo, teremos uma até o ano que vem.
Outras vacinas também já estão sendo testadas em humanos, como é o caso da produzida pela Moderna e também a da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, a mais avançada nos testes clínicos.
Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. O doutor em microbiologia e divulgador científico, Atila Iamarino, acredita que as vacinas da Coronavac, a americana Novavax e a de Oxford são, também, as mais promissoras. Iamarino também acredita que, caso as vacinas não deem certo, outras que estão sendo produzidas pelas farmacêuticas Johnson & Johnson e pela MSD podem solucionar o problema.
Aqui no Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal vão participar dos testes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac.
Em São Paulo, serão conduzidos no Centro de Pesquisas do Hospital das Clínicas (USP), Instituto Emílio Ribas, Hospital Albert Einstein, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Hospital das Clínicas da Unicamp, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Fora de São Paulo, os centros são: Universidade de Brasília, Instituto de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz, Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital São Lucas da PUC-RS, Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.
De acordo com o relatório A Corrida pela Vida, produzido pela EXAME Research, unidade de análises de investimentos e pesquisas da EXAME, as pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina já contam com o financiamento de pelo menos 20 bilhões de dólares no mundo. Desse valor, 10 bilhões foram liberados por um programa do Congresso dos Estados Unidos. Mais de 200 vacinas estão sendo desenvolvidas atualmente.
Fonte: Revista Exame.