O Ministério da Saúde incorporou o medicamento tocilizumabe para tratamento da Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a pasta, o prazo máximo para a efetiva oferta da tecnologia em saúde no SUS é de 180 dias.
O fármaco inibe uma proteína que promove inflamação crônica e está associada a maior agressividade e risco de mortalidade pela infecção pelo coronavírus. De acordo com o ministério, o medicamento é indicado para o tratamento de pacientes adultos hospitalizados.
Estudos apontam que o tocilizumabe pode ser eficaz devido ao seu potencial controle sobre doenças inflamatórias e desordens no sistema imunológico.
Redução da gravidade da infecção
O tocilizumabe é um medicamento intravenoso usado originalmente para tratar a artrite reumatoide.
O fármaco é capaz de reduzir mortes em pacientes hospitalizados com a Covid-19. Os achados foram divulgados em um amplo estudo no Reino Unido, chamado Recovery, em 2021. O estudo também mostrou que o medicamento reduz o tempo até que os pacientes recebam alta hospitalar com sucesso e reduz a necessidade de um ventilador mecânico.
O medicamento foi adicionado ao estudo britânico em abril de 2020, para pacientes com Covid-19 que precisavam de oxigênio e tinham evidências de inflamação. Um total de 2.022 pacientes foram selecionados aleatoriamente para receber o tocilizumabe por infusão intravenosa. Os dados foram comparados com 2.094 pacientes que receberam cuidados habituais. Cerca de 82% dos pacientes estavam tomando um esteroide sistêmico, como a dexametasona.
De acordo com o estudo, o tratamento com tocilizumabe reduziu significativamente as mortes: 596 (29%) dos pacientes no grupo de tocilizumabe morreram em 28 dias em comparação com 694 (33%) pacientes no grupo de cuidados habituais. Isso significa que para cada 25 pacientes tratados com tocilizumabe, uma vida adicional seria salva.
O tocilizumabe também aumentou a probabilidade de alta em 28 dias de 47% para 54%. Segundo o estudo, esses benefícios foram observados em todos os subgrupos de pacientes, incluindo aqueles que necessitam de oxigênio até aqueles que necessitam de ventiladores mecânicos em uma unidade de terapia intensiva (UTI).
Entre os pacientes que não estavam em ventilação mecânica invasiva quando entraram no estudo, o tocilizumabe reduziu significativamente a chance de progredir para ventilação mecânica invasiva ou morte de 38% para 33%.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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