Olá, meu nome é Carolina, sou psicóloga e moro em São Paulo. Descobri a artrite reumatoide quando tinha 4 ou 5 anos de idade. Desde então, muitas descobertas. Quando criança, meus pais me levaram e recorreram a tudo que podiam para me ajudar. Eu sentia muitas dores ao caminhar e passei um tempinho pisando na ponta dos pés, pois com o calcanhar era muito dolorido.
Inúmeras vezes, chorava de dor e pedia para pararmos, porque precisava descansar. Toda uma vida derrubando coisas e vendo algumas articulações bem inflamadas. Tomar banho era uma linda luta entre dois personagens: eu e o sabonete. Mas, não foi sempre assim. Eu tive dores e crises na infância que na adolescência pararam e voltaram na fase adulta.
Ouvi milhares de vezes que minha letra era péssima e em outras atividades eu era a menina “torta”. Estou me vitimizando? Negativo. Estou apenas contando que somos acometidos por algo que muitas vezes não é notado nem compreendido pelos outros. Foi apenas na fase adulta que percebi que precisa aprender a conviver com a dor.
Ela fazia parte de mim. Sou canhota e tenho artrose no punho e pulso esquerdo. Só aos 20 e poucos anos notei que tinha artrose. Durante uma aula de pilates, a instrutora me parou e perguntou o porquê de eu não colocar a mão inteira no chão e eu respondi: “não sei, sempre foi assim. Desde pequena minha mão e assim”.
Ela pediu que eu me levantasse e apoiasse a mão na parede. Foi só ali, chocada, que me dei conta “daquilo”. Me dei conta que absurdamente eu convivia com uma mão que não virava e só ali entendi as dores que sentia. Vocês têm ideia do quanto isso é significativo? Eu me neguei. Neguei a artrite e a artrose.
Eu neguei a dor. Passei a vida tentando fazer as coisas como “deveriam” ser feitas. Voltei ao médico. Tomei remédios. Eu comemorei por escovar meus dentes sem dor. Por pegar as coisas com firmeza. Eu gargalhava de alegria. Mas, foi mais adiante que durante uma sessão com minha analista, trabalhamos alguns conteúdos que me traziam sofrimentos emocional que pude retornar ao médico e, hoje, ao menos por um tempo, estou sem os remédios.
De maneira nenhuma estou sugerindo que foi só a psicoterapia. Mas, relatando que para mim, naquele momento me ajudou e muito. Nunca, jamais deixe de fazer acompanhamento médico! Ao enfrentar algumas situações, consegui me livrar do medo. Um medo que me paralisava e tornou minhas articulações rígidas.
Desde então, uma batalha foi travada. Eu tento, todos os dias, me libertar de medos, cobranças internas e enfrentar essa companheira. Hoje, eu não nego a artrite. Eu não nego a artrose. Eu não me nego. Hoje, eu conto, escolho e explico sobre ela. Vivo com ela mas, não me ataco mais. Quando preciso não enfrento sozinha. Peço ajuda! Peço o bálsamo do toque de alguém que possa massagear meus dedos.
Nunca se negue. Nunca permita que lhe neguem. Jamais faça qualquer coisa para atender às expectativas de outros. Ame. Se ame. O medo que nos paralisa nunca será maior que a nossa força. Não se anule. Procure um médico. E se puder e quiser, faça psicoterapia.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída”, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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