Representantes de diversos segmentos ligados à saúde dos estados do Pará, Amazonas e Amapá participaram do primeiro dia do encontro regional do projeto Integra – integração de Políticas Nacionais de Vigilância em Saúde, de Assistência Farmacêutica, de Ciência Tecnologia em Saúde nesta terça-feira (19), das 8h às 17h, no auditório do Instituto de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.
Trata-se da segunda fase do projeto, promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Escola Nacional dos Farmacêuticos (ENF), com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A coordenadora geral da ENFar e da comissão organizadora do projeto Integra, Silvana Leite, abriu o encontro explicando sobre todas as fases do projeto, importância, objetivos e como está organizada a segunda etapa, que prevê sete encontros presenciais em diversas cidades brasileiras, preparatórios para o 9° Simpósio Nacional de Ciência e Tecnologia e Assistência Farmacêutica, nos dias 15 e 16 de setembro, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Segundo ela, a fase presencial atinge um público que por algum motivo não teve acesso às atividades online, executadas na primeira fase do projeto, em 2021. “A gente percebe que as atividades presenciais conseguem congregar um público com maior diversidade e com muito mais interatividade e capacidade de criação. Vamos aproveitar que essas pessoas estão presentes aqui e identificar como vivenciaram a pandemia e os problemas cruciais a serem enfrentados no Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse.
Deram as boas-vindas ao encontro, os representantes parceiros dos projetos, dos conselhos nacional, estaduais e municipais de saúde e a professora Maria Fãni Dolabela, do curso de Farmácia da UFPA. A representante do CNS, Conceição Silva, disse estar feliz por participar do primeiro encontro presencial que vem confirmar “a necessidade de fortalecimento não só do SUS, mas dos conselhos de saúde e também das políticas públicas voltadas à saúde”.
Já o representante do Conselho de Saúde do Amazonas, Marcos Corrêa, lembrou os momentos críticos pelos quais a população amazonense passou com o colapso do sistema de saúde no auge da pandemia de Covid-19, em 2021, com falta de oxigênio nos hospitais e por conseguir sobreviver sendo um paciente de risco. “Falo tanto pela área de prevenção quanto pela área de identificação que a pandemia veio para confundir a medicina”.
Dinâmicas
Pela tarde, os participantes se dividiram em grupos para a construção coletiva de proposta de intervenção para o fortalecimento da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, da Política Nacional de Assistência Farmacêutica e da Política Nacional de Vigilância em Saúde, que será apresentada ao final do encontro, na manhã de quarta-feira (20). A leitura de um texto sobre a experiência de uma farmacêutica durante a pandemia foi o ponto de partida para as dinâmicas do encontro, com o objetivo de provocar uma reflexão entre os farmacêuticos, estudantes, agentes de saúde e conselheiros municipais presentes.
Segundo Célia Chaves, da Federação Nacional dos Farmacêuticos e da coordenação executiva do projeto Integra, trata-se de uma metodologia muito importante de controle social para que os participantes consigam ser mais proativos e, ao final do encontro, propor ações para combater as causas dos problemas em nível local e nacional. “A ideia é estimular o debate e identificar os problemas gerais na área da saúde durante a pandemia, descrever o que acha importante ser combatido e identificar as causas desses problemas”, disse ela.
Depois de Belém, os encontros presenciais do projeto Integra ocorrerão nas cidades de Belo Horizonte (MG), de 05 e 06 de maio; Fortaleza (CE), de 19 e 20 de maio; Rio Branco (AC), de 2 e 3 de junho; Goiânia (GO), de 23 e 24 de junho; São Luís (MA), de 7 e 8 de julho e Florianópolis (SC), de 14 e 15 de julho.
Sobre o projeto
Proposto em 2021, em pleno contexto da pandemia de Covid-19, o projeto Integra surge da necessidade de mobilizar a população para o enfrentamento das críticas condições sanitárias, sociais e políticas vividas neste período e no futuro próximo. O objetivo é promover estratégias para a integração de políticas e práticas da Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica, Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde no âmbito da gestão participativa e dos movimentos sociais. A ideia é criar e fortalecer uma rede intersetorial, integrada, de lideranças capazes de atuar colaborativamente para a defesa do desenvolvimento da ciência, das políticas públicas, da soberania nacional e do controle social da saúde.
A primeira fase foi realizada em 2021, com uma capacitação online de 40 horas na plataforma E-farma, com duração de oito semanas e apoio de tutores, para mais de 700 pessoas de todos os estados brasileiros. O objetivo foi a construção de projetos de intervenção locais, após diagnóstico e identificação de problemas, com foco no fortalecimento local das políticas.
Fonte: Rede Pará.
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