A Assembleia Legislativa iniciou um processo para que o Mato Grosso possa contribuir com a qualidade de vida de milhares de pessoas – a maioria, mulheres – que sofrem com a osteoporose. O cenário que envolve a doença é tão grave que ela foi considerada “negligenciada e maltratada por pacientes e médicos”, segundo o reumatologista e professor titular da Unicamp (Universidade de Campinas) João Francisco Marques Neto.
Também consultor do Ministério da Saúde e presidente da Sociedade Brasileira de Osteoporose (Sobrao), ele disse que o cenário brasileiro deve ser analisado quanto ao envelhecimento. E alertou ainda: “A população precisa ser educada para reconhecer a importância da doença e os médicos para realizarem um diagnóstico precoce”.
Números do Ministério da Saúde, da International Osteoporosis Foundation (IOF) e da Federação Nacional e de Associações de Pacientes e de Combate à Osteoporose (Fenapco) são considerados alarmantes: anualmente ocorrem, em média, no Brasil, 2,4 milhões de fraturas por causa da osteoporose e 200 mil pessoas morrem no período em decorrência dessas fraturas.
Por esses fatores que considerou alarmantes, o deputado Wagner Ramos (PSD) pediu a criação do Dia Estadual da Prevenção, Orientação e Controle da Osteoporose no Estado, a ser comemorado anualmente no dia 20 de outubro. Para tanto, apresentou o Projeto de Lei n° 32/2016, que está em fase de estudos na Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da AL. “A população precisa ser informada sobre as consequências dessa doença para prevenção dos riscos de sua evolução”, observou o parlamentar.
A osteoporose é caracterizada pela diminuição progressiva da densidade óssea e o aumento do risco de fraturas, consequência da fragilidade dos ossos. Com o tempo, a queda da produção de novas células os torna mais porosos e menos resistentes. A mulher é mais afetada pela perda de estrogênio – hormônio que, naturalmente, a protege contra perda da massa óssea. Em média, uma mulher perde 1g de cálcio por dia.
Matéria veiculada no dia 22 de outubro de 2014 e assinada pela Assessoria de Imprensa do HC Unicamp revelou existir, à época, cerca de 20 milhões de brasileiros com osteoporose. Naquela ocasião, o doutor João Marques Neto assegurou que o arsenal terapêutico era bom para tratar a doença. E foi mais além: “A osteoporose afeta a condição social e a produtividade do indivíduo, que perde a independência física e a qualidade de vida”.
Coincidentemente, na última quinta-feira (19) – cerca de um ano e meio depois, outras revelações foram trazidas à tona pelo reumatologista no artigo “A Osteoporose no Brasil”, veiculado pelo site www.osteoprotecao.com.br Nelas, o reumatologista afirma que – à exceção dos hospitais universitários – as instituições públicas de saúde não estão adequadamente preparadas para o atendimento básico à população acometida por osteoporose.
“Por outro lado, o paciente ainda não está devidamente informado e assistido pelo seu médico, desconhecendo a evolução da osteoporose. Por isso, chega a encará-la, até mesmo, com pânico diante das informações inadequadas que chegam até ele”, alertou o doutor João Francisco Marques Neto.
Em seu projeto, Wagner se refere aos exames para diagnóstico precoce e alerta para o tipo de tratamento, a mudança de hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos regulares e até a administração dos medicamentos. A osteoporose leva à deformidade óssea e da postura, à diminuição da massa muscular e a problemas respiratórios e digestivos, além da depressão.
Fonte: Folha Max
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