A Fiesc-Sesi realizou no sábado (27) o Seminário de Inclusão que reuniu entidades que atuam diretamente com pessoas com deficiência para inseri-las no mercado de trabalho. O evento foi realizado no auditório do Centro de Atividades de Jaraguá do Sul durante todo o dia e foi aberto com o hino nacional interpretado na Língua Brasileira de Sinais (Libras) pelo Grupo Expressão Livre, da Associação dos Surdos. O diretor do Sesi, Jefferson Galdino, falou sobre a Rede Sesi de Inclusão. Segundo ele, o Programa Sesi de Inclusão foi criado para assessorar empresas e auxiliar pessoas com deficiência a superaram as principais barreiras que dificultam a inclusão no mercado de trabalho.
“Essa iniciativa contribui efetivamente para a valorização da diversidade na indústria”, declarou Jefferson. A abordagem principal foi o banco de cadastros de pessoas com deficiência para o mercado de trabalho, de modo que as empresas tenham onde buscá-las para a contratação e cumprir as cotas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho. Jefferson disse que o trabalho iniciou efetivamente em 2014 e que o objetivo do cadastro gratuito é centralizar as informações completas sobre o público-alvo. A iniciativa é inédita e serve de base para todo o Estado e País.
O diretor regional do Sesi observou que a expectativa é ampliar o cadastro e oferecer informações que possam contribuir nos processos de contratação e na análise do perfil dos profissionais com deficiência na região. Atualmente são 140 cadastros. Pesquisa realizada no primeiro semestre mostrava que dos cadastrados na época, apenas 24% trabalhava e 75% não e dos que estavam fora do mercado, 72% tinham interesse no emprego. “Queremos ampliar o cadastro para dar visibilidade a essas pessoas e saber onde estão, como são, para poderem ser contratadas, com todo o suporte do Sistema Fiesc, por meio do Sesi e do Senai”.
Banco de cadastro facilita a contratação pelas empresas
Empresas com mais de 100 colaboradores, pela Lei 8.213, de julho de 1991, conhecida como Lei de Cotas, precisam preencher de 2% a 5% das vagas do quadro de funcionários com reabilitados ou com deficiência física ou intelectual. Contudo, contratar uma pessoa com deficiência não deve ser apenas algo quantitativo, para cumprir a lei, mas também qualitativo. O diretor do Sesi de Jaraguá do Sul, Jefferson Galdino, diz que é preciso o preparo de todos para a convivência, assim como a garantia de igualdade de condições, cobrança, reconhecimento e tratamento, como está explícito em normativa. “É muito importante que as empresas estejam preparadas para receber esses trabalhadores especiais, sejam bem aproveitados segundo as suas limitações e reconhecidos como os demais dentro da organização”.
O Seminário de Inclusão do Sesi foi rico em informações. Além da própria entidade, a AMA, a Apae e a AADAV também deram a sua contribuição. A Associação dos Amigos do Autista tratou por meio da psicóloga Juliana Elis de Jesus e da terapeuta ocupacional Maressa de Almeida Zapella sobre o Transtorno do Espectro Autista e Inclusão. Elas lembraram que no dia 16 de setembro, dentro da programação dos 25 anos da AMA, a realização do Seminário de Atualização sobre TEA, no Cejas. A AMA conta com 87 usuários entre três e 33 anos e outros estão em avaliação. Nenhum está incluído no mercado de trabalho. Um deles estaria apto, mas a família optou por não encaminhá-lo ao mercado. Juliana e Maressa informaram que existe uma leva de jovens com possibilidades de serem incluídos, proximamente.
Entidades mostram ações que desenvolvem junto aos atendidos
Prevenção das Deficiências foi o assunto abordado pela Apae no Seminário de Inclusão do Sesi, no sábado (27). O assistente social Adeterson David dos Passos e a coordenadora técnica e terapeuta ocupacional Simone Orthmann, descreveram o trabalho realizado pela entidade e os programas que desenvolve com os educandos no Caesp de Jaraguá do Sul. São 330 educandos de Jaraguá, Schroeder e Corupá. David e Simone enfatizaram a importância do engajamento das famílias com a entidade e da não segregação das pessoas com deficiência, que precisam estar incluídas na sociedade, porque a deficiência é apenas mais uma das características da condição humana.
Grande parte das deficiências pode ser prevenida, antes, durante e depois da gravidez e do parto. Os profissionais da Apae lembraram também os cinco testes disponíveis para os recém-nascidos, as vacinas de rotina e os cuidados com as crianças em todas as fases do desenvolvimento. A assistente social Luiza Helena Rosa, da AADAV, falou sobre o processo histórico de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, que não é novo. Começou em 2002 em Jaraguá do Sul e as etapas foram lembradas por Luiza, que também fez o relato da entidade que coordena hoje um centro de referência em saúde auditiva e que atende 20 cidades do Estado, via SUS.
São mais de 11 mil usuários. Somente em Jaraguá são cerca de quatro mil pessoas com deficiência auditiva. Muitos têm dificuldades para ingresso e manutenção no mercado de trabalho. A AADAV encaminhou documento para se tornar, também, centro de referência auditiva. “Já temos uma equipe mínima para atendimento e nos falta o credenciamento”, disse. A programação vespertina do Seminário teve teatro do Grupo de Surdos e palestras “Ser surdo” por Rodrigo Rossa Marques e “Como ser um líder surdo”, por Victor Hugo da Costa, da Universidade Federal de Santa Catarina. A finalização foi com debate e café comemorativo dos 15 anos da Associação de Surdos de Jaraguá do Sul.
Fonte: JDV online
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