A pergunta que não quer calar é: pacientes com artrite sofrem mais no verão? A resposta é: Não. Embora seja importante ressaltar que as doenças reumáticas sofrem alterações relevantes às baixas e altas temperaturas.
Pacientes que sofrem com a artrite reumatoide (AR), doença que causa inflamações nas articulações, costumam relatar que, no calor, sentem uma fadiga constante e tão arrebatadora, que, por vezes, é um incomodo maior do que a dor. De acordo com a Dra. Marília Ambiel Dagostin, a fadiga pode estar relacionada não só ao verão, mas também pode ser um sinal de atividade da doença. Por isso, compreender a doença, bem como seus sintomas é fundamental, para um bom prognóstico.
Para que a qualidade de vida esteja presente em todas as estações, a Dra. Marília passa algumas informações e cuidados que todo paciente com AR deve conhecer:
As causas da fadiga, relatada por muitos pacientes que convivem com a AR, não são iguais para todos. A inflamação causada pela doença, quando ela não está controlada, com certeza é um dos principais fatores; ou seja, pacientes com o tratamento otimizado se sentem melhor. Além disso, as próprias medicações utilizadas para tratar a AR podem contribuir para a sensação de cansaço, bem como o sedentarismo e transtornos psiquiátricos, como depressão. Estes aspectos ocorrem em todas as estações, mas como no verão as altas temperaturas frequentemente geram a sensação de fadiga, mesmo em pessoas saudáveis, essa percepção se intensifica em pacientes com AR.
Algumas dores articulares tendem a melhorar em temperaturas mais quentes, como no verão. Isto acontece principalmente porque há menor retração muscular e rigidez articular, e pouco tem a ver com o maior ou menor grau de controle da inflamação articular. Por isso, é importante que os pacientes não abandonem o tratamento caso sintam esta melhora, pois a doença tende a voltar, mesmo que o calor continue.
Não há impacto conhecido da exposição solar na fadiga dos pacientes com AR até o momento. No entanto, o sol é fonte de vitamina D, um fator de proteção óssea importantíssimo especialmente para quem tem AR, pois sabemos que estas pessoas têm um risco aumentado de osteoporose. Portanto, tomar sol em horários adequados, pode trazer um benefício adicional para estes pacientes. Mas lembre-se: sempre evite aquele sol forte, das 10h às 16h.
Alguns alimentos também costumam ser benéficos por conta de suas propriedades anti-inflamatórias. Por isso, sempre dê preferência a peixes de águas profundas (salmão, por exemplo), brócolis, nozes, espinafre e uvas. Evite sal em excesso e inclua na dieta azeite, alho e gengibre.
Outra dica valiosa para se conviver melhor com a fadiga da AR é procurar repousar alguns minutos durante o dia, mesmo quando não se sentir cansado. Evite o esforço desnecessário.
Fonte: Jornal de Piracicaba
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