Levantamento com profissionais de 15 países indica que no Brasil temas como o impacto da artrite reumatoide para o trabalho e a vida sexual são mais discutidos nas consultas
Mais do que discutir o melhor tratamento ou a intensidade dos sintomas durante as consultas, o reumatologista brasileiro está preocupado com o impacto da doença para a qualidade de vida do paciente. Por isso, esse profissional se mostra muito mais propenso a conversar sobre os efeitos da artrite reumatoide para a saúde mental, a atividade profissional e a vida íntima do paciente se comparados a médicos de outros países. Essa é a conclusão de uma pesquisa internacional realizada pelo Instituto Nielsen com 1.736 reumatologistas, de 15 países, a pedido da Pfizer.
“É importante ir além do aspecto técnico da consulta. Sempre que possível, eu pergunto qual é a profissão do paciente, se ele passa muito tempo sentado, se carrega peso, entre outras questões. Se estou falando com uma dona de casa, pergunto se ela conta com alguém para ajudá-la em suas tarefas, por exemplo. Essas informações ajudam no diagnóstico e no tratamento da doença, além de melhorar o relacionamento e a comunicação com o paciente”, afirma o reumatologista Cristiano Zerbini, coordenador do Núcleo de Reumatologia do Hospital Sírio-Libanês e diretor do Centro Paulista de Investigação Clínica.
Ao todo, participaram do levantamento 1.736 reumatologistas. Foram ouvidos, além dos médicos brasileiros, profissionais da Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia, Espanha, França, Hong Kong, Itália, Japão, Reino Unido, Taiwan e Turquia. Os 150 brasileiros que compõem a amostra atendem, em média, 58 pacientes por mês e quase metade deles apresenta artrite reumatoide moderada a grave, uma doença autoimune inflamatória e progressiva que afeta as articulações e pode causar rigidez, deformidade articular, desgaste ósseo e incapacidade funcional, podendo comprometer até mesmo a realização de atividades corriqueiras, como escovar os dentes.
Entre os aspectos que mais diferenciam os reumatologistas brasileiros da média global de entrevistados está a preocupação com a capacidade laborativa do paciente. Esse quesito é abordado nas consultas por 83% dos médicos do País, ante 69% da amostra global. Vale destacar que, no Brasil, a artrite reumatoide é diagnosticada aos 39 anos, em média. “Muitos desses pacientes estão no auge da vida produtiva. É preciso, portanto, entender como proporcionar as melhores condições para que ele possa se manter ativo”, afirma Zerbini. O impacto da doença sobre a saúde mental do paciente é outro tópico valorizado pelos médicos brasileiros na comparação com profissionais de outros países, como demonstra o quadro abaixo.
Tópicos discutidos no consultório | Brasil | Global |
Efeitos coletais de medicamentos | 81% | 87% |
O impacto da AR sobre o trabalho do paciente | 83% | 69% |
As metas do paciente para melhorar seu estilo de vida com o controle da AR (por exemplo, ter um hobby ou poder viajar) | 62% | 58% |
Se o paciente para ou não de realizar atividades diárias | 70% | 52% |
A capacidade do paciente ser pai/mãe | 50% | 46% |
O impacto da AR sobre a saúde mental do paciente | 47% | 36% |
O reflexo da AR sobre a capacidade do paciente de cuidar dos filhos | 40% | 35% |
Se o paciente tem ou não apoio de amigos e familiares | 43% | 35% |
O possível benefício de participar de um grupo de apoio de pacientes | 28% | 23% |
A influência da AR sobre as relações sexuais e a vida íntima do paciente | 28% | 19% |
Quando o assunto é a interferência da artrite reumatoide na vida íntima do paciente, novamente os brasileiros se mostram mais empenhados em discutir a temática. Quase um terço dos reumatologistas do País aborda esse assunto nas consultas, porcentagem que cai para 19% na média global de entrevistados. Por outro lado, 50% dos médicos brasileiros afirma que só fala sobre o tema quando o paciente pergunta sobre esse assunto.
A pesquisa
O levantamento realizado com os reumatologistas pelo Instituto Nielsen faz parte de uma iniciativa internacional desenvolvida pela Pfizer em parceria com um painel global composto por 39 profissionais de saúde e líderes de associações de pacientes de 17 países, a RA NarRAtive (Rheumatoid Arthritis), ou NARRATIVA. Anteriormente, entre 2014 e 2016, já havia sido feita uma pesquisa que contemplava o ponto de vista dos pacientes, envolvendo com 3.987 pessoas com artrite reumatoide nesses mesmos 15 países. “Trata-se de um amplo projeto que tem o objetivo de melhorar o controle da doença e eliminar barreiras de comunicação entre médicos e pacientes”, afirma o diretor médico da Pfizer Brasil, Eurico Correia.
Terapia inovadora
Estima-se que a artrite reumatoide acometa dois milhões de brasileiros, o equivalente à população de uma cidade como Belo Horizonte, em Minas Gerais1. E esses pacientes podem contar com uma nova opção de tratamento desde 2015, quando a Pfizer trouxe ao Brasil uma nova classe de medicamentos sintéticos para o tratamento da artrite reumatoide. Administrado por via oral, Xeljanz (citrato de tofacitinibe) apresenta um mecanismo inovador que age dentro das células, inibindo a janus quinase (JAK), uma proteína importante nos processos inflamatórios característicos da enfermidade.
Xeljanz é o primeiro tratamento oral, não biológico, tipo MMCD (medicamento modificador do curso da doença reumática) e alvo-específico desenvolvido para artrite reumatoide nos últimos dez anos. Ele acaba de ser incorporado à lista de medicamentos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e deve estar disponível aos pacientes até o início do segundo semestre.
O medicamento está indicado para pacientes adultos com artrite reumatoide moderada a grave, que tiveram intolerância ou não responderam de forma adequada às terapias realizadas com outros MMCD, sintéticos ou biológicos. Hoje, estima-se que pelo menos 30% dos pacientes com artrite reumatoide estejam nessa condição. Além de apresentar o mesmo perfil de eficácia e segurança dos medicamentos biológicos, Xeljanz traz a comodidade de ser oral – o que pode contribuir para melhorar a adesão ao tratamento.
Referência
- Sociedade Brasileira de Reumatologia, Artrite Reumatoide-Cartilha para pacientes, Comissão de Artrite Reumatoide, 2011.
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