Edema macular diabético, doença associada ao controle inadequado do diabetes, é a principal causa de cegueira em idade produtiva
Considerada umas das doenças crônicas mais comuns do mundo [1], o diabetes atinge globalmente 463 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos – 38 milhões a mais em comparação com 2017 [2]. O diabetes tipo II, que ocorre geralmente em virtude de maus hábitos alimentares e estilo de vida, responde por cerca de 90% dos casos [3]. O Brasil figura como o 8º país com maior prevalência da doença, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) [1].
Atualmente, a enfermidade atinge 16 milhões de pessoas no País [4], de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes. No entanto, o número de brasileiros diagnosticados vem crescendo exponencialmente. O alerta vem da nona edição do Atlas de Diabetes, documento produzido a cada dois anos pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês) e que mapeia a dimensão da doença em 138 países [2]. Segundo esse levantamento, o número de brasileiros com diabetes aumentou 31% nos últimos dois anos, enquanto no resto do mundo essa taxa ficou em 9%. Se as tendências atuais persistirem, a IDF calcula que, em 2030, serão 578 milhões de diabéticos no mundo e, em 2045, 700 milhões [2].
Diabetes e os riscos da perda da visão
A falta de controle adequado do diabetes ocasiona diversas complicações [5], dentre elas doenças que podem causar a perda da visão, o que coloca o diabetes como a principal causa de cegueira em pessoas em idade produtiva [6]. Uma dessas graves consequências é o edema macular diabético (EMD) [6], que afeta a retina – parte de trás do olho, sensível à luz, e responsável por formar imagens enviadas ao cérebro- e se desenvolve devido ao excesso prolongado de açúcar no sangue. Isso prejudica os vasos sanguíneos causando o extravasamento de líquidos, o que provoca o inchaço da retina.
Estudos mostram que depois de 20 anos com diabetes, 90% dos pacientes com o tipo I e 60% dos pacientes com o tipo II desenvolvem retinopatia diabética, e cerca de 30% dessas pessoas desenvolverão o EMD [7].
“É imprescindível que os pacientes com diabetes mantenham a doença sob controle, para evitar complicações, como o edema macular diabético, que traz um impacto negativo importante na qualidade de vida das pessoas [8,9,10]. Ele dificulta a execução de atividades rotineiras como, por exemplo, ler, cozinhar e dirigir e se não for diagnosticado e tratado precocemente, pode levar esses pacientes a uma perda irreversível da visão”, alerta a Dr. Liane Touma, Oftalmologista, diretora médica de oftalmologia da Novartis e membro associada do CBO.
Tratamento e acesso no SUS
O EMD não tem cura, e o tratamento varia de acordo com o tipo e a gravidade da doença que o paciente apresenta, determinados no momento do diagnóstico [11,12,13], podendo incluir injeções de antiangiogênicos -anti-fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) -, uso de anti-inflamatórios e cirurgia para remover o vítreo, chamada de vitrectomia, ou cirurgia a laser.
As estratégias terapêuticas mais eficazes visam combater as causas do EMD, ou seja, o diabetes descontrolado (altos níveis de glicose no sangue) e/ou a pressão arterial elevada e, em seguida, tratar diretamente os danos na visão.[14,15,16]
Atualmente, já são ofertados no SUS anti-inflamatórios, diuréticos e corticoides, além de medicamentos para controlar o diabetes [17]. A terapia padrão para tratamento de EMD é feita por injeções intravítreas de anti-VEGF, que bloqueiam a proliferação dos vasos sanguíneos anormais na retina.
Consulta Pública
No último dia 5 de março, ocorreu uma reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec, que discutiu, entre outros temas, a inclusão de medicamentos biológicos anti-VEGF para o tratamento do EMD no sistema público de saúde (SUS). Essas medicações, injetáveis no olho, tratam as lesões da retina, causadas por vazamento e crescimento anormal dos vasos sanguíneos em doenças que podem provocar diminuição da visão, e são capazes de impedir a progressão da doença, evitando a perda da capacidade visual [18].
“O EMD é uma doença grave, incapacitante e, por isso, devem ser dadas aos médicos e pacientes atendidos pelo SUS opões seguras e eficazes para seu tratamento”, destaca Touma.
Para promover a participação da sociedade no processo de tomada de decisão, foi aberta uma Consulta Pública. Para participar da consulta, que ficará aberta até o dia 20 de abril, acesse aqui e procure pela consulta [16].
Sobre a Novartis
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Referências
- 1 – Panamerican Health Organization (PAHO). Disponível em https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=394:diabetes-mellitus&Itemid=463.Último acesso em 19 de fevereiro de 2020.
- 2 – International Diabetes Federation (IDF Diabetes Atlas). Disponível em https://diabetesatlas.org/en/. Último acesso em 19 de fevereiro de 2020.
- 3 – Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes-tipo-2. Último acesso em 19 de fevereiro de 2020.
- 4 – Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em Sociedade Brasileira de Diabetes. O Que é Diabetes? Disponível em: https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/oque-e-diabetes. Acesso em setembro de 2019.
- 5 – Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf. Acesso em setembro de 2019.
- 6 – World Blind Union. Diabetic retinopathy. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf. Acesso em setembro de 2019.
- World Blind Union. Diabetic retinopathy. Acesso em setembro de 2019.
- 7 – Diretrizes Brasileiras de Diabetes (SBD) de 2014 e 2015. Retinopatia diabética. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-tipo-1/012-Diretrizes-SBD-Retinopatia-Diabetica-pg149.pdf. Acesso em setembro de 2019.
- 8 – DAVIDOV E., BREITSCHEIDELl L., CLOUTH J. et al. (2009). Diabetic retinopathy and health-related quality of life. Graefe’s Archive for Clinical and Experimental Ophthalmology. 247:267-272.
- 9 – HARIPRASAD S.M., CALLANAN D., GAINEY S. et al. (2007). Cystoid and diabetic macular edema treated with nepafenac 0.1%. Journal of Ocular Pharmacology and Therapeutics. 23(6):585-589.
- 10 – MATZA L.S., ROUSCULP M.D., MALLEY K., et al. (2008). The longitudinal link between visual acuity and health-related quality of life in patients with diabetic retinopathy. Health Qual Life Outcomes. 6:95.
- 11 – NIH-National Eye Institute. Facts about macular edema. Disponível em: https://nei.nih.gov/health/macular-edema/fact_sheet Acesso em janeiro de 2017.
- 12. The Lancet Diabetes & Endocrinology. Diabetic macular oedema. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2213858716300523 Acesso em janeiro de 2017.
- 13. Oftalmologia. Na era dos anti-vegfs faz sentido fazer laser focal/grelha macular no tratamento do edema macular diabético? Disponível em: https://www.spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/revista_n3_2014/files/assets/common/downloads/publication.pdf#page=71 Acesso em fevereiro de 2017.
- 14 – NIH-National Eye Institute. Facts about macular edema. Disponível em: https://nei.nih.gov/health/macular-edema/fact_sheet Acesso em janeiro de 2017.
- 15- The Lancet Diabetes & Endocrinology. Diabetic macular oedema. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2213858716300523 Acesso em janeiro de 2017.
- 16 – American Academy of Ophthalmology. Macular edema treatment. Disponível em: https://www.aao.org/eye-health/diseases/macular-edema-treatment Acesso em janeiro de 2017.
- 17 – Rename. Disponível em https://saude.gov.br/saude-de-a-z/rename. Acesso em fevereiro de 2020.
- 18 – Bula Lucentis. Disponível em https://portal.novartis.com.br/UPLOAD/ImgConteudos/1511.pdf. Acesso em fevereiro de 2020.
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