Medo de efeitos colaterais e desmotivação são alguns dos motivos que prejudicam o comprometimento do paciente com o tratamento
Um dos destaques do último dia do Congresso de Pacientes foi o painel liderado pelo Dr. Roger Levy, reumatologista brasileiro radicado nos Estados Unidos, que tratou sobre a adesão do paciente ao tratamento das doenças reumáticas.
O médico começou sua apresentação abordando qual é a atitude de ser aderente ao tratamento e porque é tão difícil conquistar essa adesão. Para ilustrar a sua fala, o especialista citou o estudo realizado pela Dra. Lilith Stange, que realizou uma pesquisa sobre aderência com os pacientes participantes do Congresso de Pacientes. O resultado apontou que 89% tomam os medicamentos no horário certo e 25% deixam de fazê-lo se sentirem algum efeito colateral. O médico chamou atenção para estes dados, já que quando o paciente não toma os medicamentos de forma correta, a sua qualidade de vida piora.
Dr. Levy destacou alguns mitos que prejudicam a aderência ao tratamento como: “Se não há cura, por que tenho de tomar remédio?” Ou “Se eu tomar este medicamento por toda a minha vida, vou ficar um viciado em remédios”. Além destes, o médico destacou o perigo de abraçar o tratamento alternativo para doenças crônicas. “A adesão a terapias complementares deve ser discutida com o reumatologista e a automedicação deve ser evitada sempre”, alertou.
Mas a grande questão é: como motivá-lo a seguir a rotina de cuidados com disciplina? Por conta de o paciente precisar mudar toda a sua rotina e se adaptar a condição, pode faltar motivação para lidar com os desafios que podem surgir no caminho. “O importante para ser aderente é ser resiliente. Pacientes que persistem em seu tratamento tem melhor evolução para a remissão da doença”, destacou Dr. Levy.
Como motivar o paciente?
Por outro lado, para que o paciente tenha as melhores decisões sobre o seu tratamento ele precisa ser educado e de motivação. E estes dois fatores passam pelo papel do médico e da equipe de profissionais de saúde que o atende. “Para entender o que está acontecendo, o médico deve fazer uma entrevista motivacional, de forma colaborativa que inclui escutar o que sente o paciente”, contou.
Para alcançar essa colaboração, Dr. Levy apresentou a comunicação motivacional como ferramenta indispensável do médico para motivar o paciente a aderir ao tratamento. “A entrevista motivacional é uma forma colaborativa, centrada na pessoa para guiar, explicar e fortalecer a motivação para mudar”, contou.
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