A palmilha é considerada um tipo de órtese, e é definida como uma interface colocada no sapato de uma pessoa para reduzir ou dispersar forças com potencial patológico no pé ou outras partes do membro inferior.
O pé, base do corpo humano quando em marcha, recebe forças verticais do corpo e as dissipa de forma horizontal no pé.
O pé necessita ser uma alavanca rígida na impulsão e também tem que se acomodar às irregularidades do terreno e absorver as cargas. A forma torsional de algumas articulações se destinam a ajudar a absorver a rotação imposta ao pé apoiado, enquanto os membros inferiores avançam alternando rotação interna e externa.
As palmilhas estão indicadas em desequilíbrios estruturais ou posicionais do pé; perda da capacidade de absorção do choque; áreas sensíveis à pressão e lesões desportivas.
A decisão de seu uso deve basear-se na história, exame biomecânico e às necessidades individuais, de qualquer modo não corrige deformidades, só as acomoda.
Uma das funções mais lembradas de uma palmilha é a absorção de choque, a perda dessa capacidade é encontrada especialmente em pés cavos ou em pessoas mais idosas, cuja almofada gordurosa plantar vai se afinando com o avanço da idade, deixando desprotegida as articulações metatarsofalangeanas.
Outra função de uma palmilha é reduzir a concentração de pressão em poucas áreas, como se pode ver quando existem dedos em garra, através de uma dispersão em maior área.
A maior procura pelas palmilhas se relaciona à sua capacidade de controlar movimento anormal. A parte posterior, usada para acomodar o movimento do calcâneo e aparte anterior, vai suportar o antepé e diminuir a necessidade de movimentos compensatórios ou anormais nas articulações subtalar e mediotársica.
As propriedades do material das palmilhas dizem respeito à rigidez e dispersão de energia do material. A rigidez é a deformação que o material sofre quando uma força é aplicada e a dispersão de energia é a capacidade de não transmitir ao corpo a força aplicada. Esses parâmetros não são necessariamente correlatos, por exemplo, um material macio pode não ser absorvedor de energia (elástico), enquanto um material mais rígido pode (viscoelástico).
Existem vários materiais que têm propriedades específicas. Entre os mais macios, o mais comum é o “Plastazoteâ”, usado para revestir sapatos e palmilhas, para pacientes com neuropatia do tipo diabética ou pés com artrite reumatóide muito avançada e pés muito destruídos.
Entre os materiais semi-rígidos o mais comum é o EVA (ethyl vynil acetato) um polímero de poliolefina, muito usado em revestimento de sapatos esportivos e na confecção de palmilhas. O couro, que já foi muito usado, perde sua popularidade com advento das espumas de polietileno, mas pode ser combinado a estas.
As indicações das palmilhas incluem o desalinhamento do calcanhar (varo ou valgo), alterações do arco medial longitudinal (pé plano ou cavo); área sujeitas a excessos de pressão como nas metatarsalgias (de uma ou mais cabeças); hálux rígido, sesamoidite; e esporão de calcâneo; outras indicações se referem a problemas no joelho (valgo ou varo); deformidade que podem ter impacto sobre os pés, situações freqüentemente encontradas em pés reumatóides, por exemplo
Fonte: Grupo editorial Moreira Junior
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