Um dos principais objetivos na busca pela remissão nas doenças reumatológicas é, sem dúvida, a possibilidade de obter uma “vida normal”, sem dores que impeçam as atividades cotidianas dos pacientes. Porém, muitos deles alcançam a remissão e, apesar disso, continuam sentindo dores constantes. Por que isso acontece? Para esclarecer essa questão entrevistamos o Dr. Eduardo Paiva, reumatologista, professor da Universidade Federal do Paraná, e atualmente diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Embora não seja desejável a permanência da dor nos pacientes em quadro de remissão, o profissional informa que, infelizmente, é um acontecimento comum nas doenças reumáticas. Especialmente na artrite reumatoide, espondilite anquilosante e artrite psoriática.
“Isso pode acontecer por dois fatores: ou porque a pessoa tem uma sequela, por exemplo, ela tem artrite reumatoide que deixou uma sequela em uma articulação e, por isso, vai ter dor pela alteração crônica, que a gente chama de artrose secundária da articulação; Ou por outros motivos, entre eles a sensibilização do sistema nervoso central à dor”, explica o especialista.
Opções para eliminar ou minimizar essa dor
O tratamento irá depender do motivo pelo qual o paciente apresenta dor mesmo em remissão. Nos casos em que a dor deriva de alguma sequela, é necessário que o paciente invista na reabilitação, com fisioterapia e, em casos mais graves, com cirurgia na região da sequela, com a inclusão de prótese, se houver necessidade.
Já nos casos em que a dor advém da sensibilização do sistema nervoso central o tratamento é não-farmacológico, além de ser importante que o paciente pratique bastante atividade física aeróbica, busque melhorar a qualidade do sono e em alguns casos realize terapia cognitivo comportamental. O Dr. Paiva destaca que mulheres com uma qualidade de sono ruim, sedentárias e com histórico de depressão e ansiedade têm uma tendência maior a apresentar esse quadro.
Avanços no reconhecimento da dor
Dr. Paiva, que ministrou uma aula sobre os tipo de dor durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, o SBR 2019, realizado na capital Cearense, também destacou outras novidades sobre o tema apresentadas no evento. “Além da gente começar a encarar a dor crônica como um problema em si, principalmente a causada por sensibilização do sistema nervoso central, também tivemos novidades em tratamentos não medicamentosos a esse tipo de dor”, explicou o profissional.
Um grande destaque do Congresso foi o reconhecimento da dor crônica como um problema próprio, reforçado pela recentemente inclusão da mesma no Código Internacional das Doenças, conquistando um CID próprio e passando a ser considerada uma doença, ao invés de um consequência de outra patologia.
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