O uso prolongado também pode causar hipertensão, diabete, osteoporose, úlcera gástrica, estrias na pele, quadros de irritabilidade, insônia, depressão ou psicose
Medicamentos importantes para o tratamento de diversos processos alérgicos, inflamatórios e autoimunes, os corticoides podem trazer também dor de cabeça para quem faz uso prolongado. As complicações podem ser difíceis de serem revertidas, e uma das mais preocupantes é o ganho de peso.
O organismo humano produz, por meio da glândula supra-renal, um hormônio chamado cortisol, conforme explica uma das diretoras da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná, a médica Salma Ali El Chab Parolin. “O cortisol é responsável pela resposta ao estresse, glicídico, lipídico e proteico, modula o sistema imune e tem ação anti-inflamatória, entre outras”.
Quando há insuficiência das glândulas suprarrenais, há a necessidade de uso de corticoide. De acordo com a endocrinologista e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo, Ângela Regina Nazário, alguns fatores influenciam no surgimento desses efeitos adversos.
“O corticoide, dependendo do tempo de uso, dose e via de administração, pode trazer como efeito colateral retenção de sódio e água, resultando em edema. Além disso, pode resultar em ganho de peso e acumulo de gordura na região do tronco, na face e retrocervical.
Por que acontece?
Segundo Salma, esse ganho de peso, na medicina, é conhecido como um processo de hipercortisolismo, também chamado de Doença de Cushing. O tratamento em doenças reumatológicas, asma, auto-imunes e terapias imunossupressoras geralmente levam a esse quadro metabólico. “O uso em doses baixas e por pouco tempo não leva a alterações importantes. Porém o uso crônico em dose acima da fisiológica leva ao aumento de peso”, explica a médica.
O uso prolongado também pode causar hipertensão, diabete, osteoporose, úlcera gástrica, estrias na pele, quadros de irritabilidade, insônia, depressão ou psicose. As mudanças metabólicas podem, inclusive, aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Em uso tópico e inalatório, contudo, a tendência é de que o paciente não apresente complicações. “Quando existe a mudança de metabolismo, ele deve ser avaliado e tratado de imediato”, explica a médica.
Reduzir danos
O uso crônico prolongado e em grandes quantidades pode deixar a pessoa com dificuldade de perder peso após parar o uso do medicamento, diz Salma Parolin. Por isso, ela recomenda que se faça uso da menor dose necessária para o tratamento.
A professora da Universidade Positivo explica que é importante que os pacientes atenham-se à prescrição. “O médico poderá utilizar esquemas terapêuticos que diminuem a ocorrência de efeitos adversos. O paciente poderá amenizar os efeitos fazendo uso de dieta hipossódica (redução do sal) e hipocalórica (baixas calorias), além de realizar atividade física regular”.
Fonte: Gazeta do Povo.
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