Devido às alterações metabólicas e mecânicas causadas no corpo, pessoas com obesidade correm o risco de desenvolver mais de 195 complicações associadas ao ganho de peso. Entre as complicações relacionadas à obesidade estão hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, doença pulmonar e acidente vascular cerebral (AVC). Como se não bastasse, o ganho de peso também pode aumentar o risco de câncer em até sete vezes e ser responsável por até 9% de todos os casos de neoplasias em mulheres.
O alerta é de Rocio Coletta, endocrinologista e gerente médica da Novo Nordisk, empresa global de saúde com mais de 95 anos de experiência no tratamento de diabetes, obesidade e doenças crônicas como hemofilia e distúrbios do crescimento.
“O conhecimento da relação entre obesidade e câncer não é novo. Desde 2002, pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, instituição vinculada à Organização Mundial de Saúde, já concluíram que existem evidências suficientes ligando ganho de peso a uma série de neoplasias. Quando falamos de alguns tipos de neoplasias (proliferação anormal de células), o risco de pacientes com obesidade chega a ser sete vezes maior”, ressalta.
Embora os mecanismos exatos de como o acúmulo de gordura pode levar ao câncer, os cientistas possuem algumas hipóteses. Uma delas é que a obesidade beneficia a proliferação das células cancerígenas, chamada pelos médicos de carcinogênese, porque o tecido adiposo (gordura) acabaria contribuindo para a criação de um “microambiente” favorável ao crescimento dos tumores e metástases. Ainda assim, a especialista reforça que muitas pesquisas ainda precisam acontecer para elucidar esse processo.
Para os casos de cânceres de cólon, reto, gástrico, fígado, vesícula, pâncreas, rim e esôfago já existem associações significativas entre o Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente e o risco de desenvolver esses tumores. Para essas neoplasias, é vista inclusive uma relação dose-resposta entre esses fatores, ou seja, quanto maior o IMC, maior a chance.
“Pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer identificaram, por meio de meta-análises de diversos estudos realizados por todo o globo, que esses dados de risco foram consistentes regionalmente. Por isso, servem como um sinal de alerta mundial”, reforça a gerente médica da Novo Nordisk.
Epidemia global
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade atinge 600 milhões de pessoas globalmente e já é reconhecida como uma doença crônica que necessita de tratamento a longo prazo, como diabetes e hipertensão, o que envolve um conjunto de mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e prática de exercícios, além de tratamento farmacológico ou cirúrgico, se o médico especialista julgar necessário.
O crescimento da obesidade no mundo é considerado evidente e alarmante. Atualmente, um em cada oito adultos tem obesidade no mundo e a OMS estima que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de indivíduos estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões com obesidade.
No Brasil não é diferente. A taxa de obesidade no país aumentou 67% entre 2006 e 2018 e chegou a 19,8% da população, segundo os últimos dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), do Ministério da Saúde. Na população brasileira, essa estatística significa 41,58 milhões de pessoas.
Diante desse cenário, a campanha Saúde Não Se Pesa atua na conscientização da população sobre a importância da prevenção e do tratamento correto da obesidade. Promovido pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e pela Novo Nordisk, o movimento procura dar luz à obesidade como doença crônica, trazendo o assunto para debate, com informações e dados que evidenciem as comorbidades associadas à doença e os benefícios que o seu controle pode oferecer para uma melhor qualidade de vida.
“Seja por conta da associação com o câncer ou mesmo pelas outras 195 comorbidades, alertar para a epidemia de obesidade é de extrema importância para que esses pacientes tenham a oportunidade de receber assistência para que o tratamento e transformação seja contínuo e gradual. Mesmo uma pequena perda de peso, entre 5% e 15% do peso corporal total, tende a reduzir o risco de muitas doenças relacionadas à obesidade e levar a uma melhoria da saúde e qualidade de vida”, finaliza Rocio.
Sobre Saúde Não Se Pesa
Desde 2016, Saúde Não Se Pesa é um movimento para conscientização sobre obesidade organizado pela Novo Nordisk em conjunto com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Mais informações no site www.saudenaosepesa.com.br
Sobre a ABESO
A ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica é uma sociedade multidisciplinar sem fins lucrativos que reúne cerca de 500 associados espalhados por todo o país, das diversas categorias profissionais envolvidas com o estudo da obesidade, da síndrome metabólica e dos transtornos alimentares. A ABESO tem como missão difundir o conhecimento de que obesidade é uma doença grave que precisa ser prevenida, diagnosticada e tratada precocemente. Mais informações no site www.abeso.org.br
Referências:
1. Yuen M, et al. Poster presented at: the 34th Annual Scientific Meeting of the Obesity Society; October 31 – November 4, 2016.
2. Vigitel Brazil 2018, Ministry of Health. Available at:
https://portalarquivos2.saude.
3. Yuen M, Earle R, Kadambi B, Brancale J, Lui D, Kahan S, Kaplan LM. Poster T-P-3166: a systematic review and evaluation of current evidence reveals 195 obesity- associated disorders. Poster presented at: the 34th Annual Scientific Meeting of the Obesity Society; October 31 – November 4, 2016; New Orleans, LA. 2016.
4. Body Fatness and Cancer — Viewpoint of the IARC Working Group
5. Park J, et al. Obesity and cancer—mechanisms underlying tumour
progression and recurrence. Nat Rev Endocrinol. 2014 August ; 10(8): 455–465. doi:10.1038/nrendo.2014.94.
6. World Health Organization. Obesity and overweight factsheet. Disponível em: http://www.who.int/
7. Ryan, D.H. & Yockey, S.R. Curr Obes Rep (2017) 6:187
Fonte: Assessoria de Imprensa
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