A artrite reumatoide é uma doença autoimune, crônica e progressiva que afeta o tecido que reveste as articulações, conhecido como sinóvia. É uma doença que pode acometer qualquer articulação do organismo, mas costuma afetar especialmente as menores. O problema também é sistêmico, ou seja, pode extrapolar as articulações e afetar outras partes do corpo.
Os sintomas da artrite reumatoide prejudicam a movimentação do corpo e reduzem a qualidade de vida. “É uma doença que tem como principais sintomas a dor articular, o inchaço e, eventualmente, rigidez, que é uma dificuldade de mobilizar as articulações, sobretudo após um período de repouso prolongado, por exemplo, pela manhã”, explica a reumatologista Licia Mota.
Genética e fatores ambientais podem causar artrite reumatoide
Segundo a médica, existem vários fatores associados ao desenvolvimento da artrite reumatoide. “É uma doença em que há uma predisposição genética e uma agregação familiar, ou seja, um risco maior quando há outros indivíduos de uma mesma família com doenças autoimunes”. Há ainda fatores ambientais e os mais importantes são o cigarro e algumas infecções, como as infecções gengivais.
Os hormônios do corpo também estão envolvidos no surgimento da artrite reumatoide, o que faz com que a doença seja mais frequente entre as mulheres, que representam cerca de 80% dos diagnósticos. Além disso, estudos recentes indicam que fatores emocionais, como a depressão e o estresse, podem atuar no desencadeamento.
Começar o tratamento no início da doença facilita o controle dos sintomas
Como nem todas as causas da doença foram descobertas, é difícil se prevenir. Por isso, Licia afirma que o objetivo maior deverá ser o diagnóstico precoce e o tratamento correto: “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais precoce será o tratamento e maior será a chance de controle completo dos sintomas. É uma doença para a qual ainda não falamos em cura, mas nós falamos em remissão. Com o tratamento adequado, o indivíduo pode ter uma qualidade de vida excelente”, afirma a reumatologista.
O tratamento da artrite reumatoide envolve tanto medidas medicamentosas, como analgésicos, anti-inflamatórios e os chamados MMCD (medicamentos modificadores do curso da doença), quanto não medicamentosas. O paciente deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, com fisioterapeuta, terapeuta educacional, educador físico, psicólogo, nutricionista e enfermeiro, que será coordenada pelo reumatologista, o médico que tem maior conhecimento para o diagnóstico e o tratamento da doença.
A artrite reumatoide pode mudar bastante a rotina do paciente e de sua família que, muitas vezes, precisam de apoio psicológico. Este suporte pode ser encontrado no Grupo EncontrAR, parceiro do Cuidados Pela Vida. É um movimento que busca integrar portadores da doença e ajudá-los na busca pelo tratamento correto, pela reinserção no mercado de trabalho e por conhecimentos mais profundos sobre seus sintomas.
Dra. Licia Mota é reumatologista, graduada em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB), com residência médica em Clínica Médica e Reumatologia e doutorado em Ciências Médicas pela UnB. CRM-DF: 11149
Fonte: Cuidados pela Vida
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