A estimativa é que mais de 5 milhões de pessoas tenham lúpus em todo o mundo. O Lúpus Eritematoso (LE) é uma doença que pode apresentar várias manifestações clínicas, que vão desde formas que acometem a pele (chamada de lúpus discóide) até o lúpus sistêmico, no qual há envolvimento de outros aparelhos e sistemas além da pele.
De acordo com o Dr. Mauro Tornesi, dermatologista do Hospital Santa Cruz, a forma mais comum da doença é o lúpus discóide, que é manifestada pela presença de lesões avermelhadas, em formato discóide, geralmente nas áreas do corpo expostas ao sol, como a face, o couro cabeludo, o antebraço, as mãos, etc. “É uma doença causada por um processo auto-imune, no qual há produção de anticorpos contra o organismo hospedeiro. A grosso modo, é como um ataque contra o próprio organismo”, ressalta Tornesi. “Ela aparece em todas as raças, é rara em crianças e acomete mais as mulheres de meia idade”. Alguns estudos demonstram que a presença do hormônio estrogênio é um facilitador para o aparecimento da doença e, por isso, a maior incidência no público feminino.
A exposição solar é um grande desencadeante da doença e quem tem lúpus deve redobrar os cuidados, usando proteção solar intensa, já que os raios ultravioletas penetram profundamente na pele.
Quando a doença apresenta sua forma mais grave, o lúpus sistêmico, ela pode alcançar os rins, vasos sanguíneos e pulmões. “Todos os demais órgãos podem ser, de alguma forma, afetados, como o coração, o estômago e o sistema nervoso central. Por isso, o tratamento dos portadores dessa variante deve ser feito com extrema cautela e zelo”, diz o especialista.
O tratamento se dá pelo uso de corticosteroides, antimaláricos e imunossupressores, utilizados de acordo com as necessidades individuais de cada paciente. Não há cura para o lúpus, mas, de acordo com Tornesi, “assim como a hipertensão e o diabetes, a doença pode ser controlada a partir de diagnóstico e tratamento adequados e, dessa forma, proporcionar vida normal aos seus portadores”.
Mulheres com lúpus sistêmico podem ter uma gravidez de alto risco, já que a doença afeta os vasos sanguíneos da placenta, prejudicando o desenvolvimento do feto. “Se a gravidez chegar ao final, o bebê pode nascer malformado”, conta o dermatologista. Algumas drogas ainda podem passar para a criança por meio da amamentação e outras ainda dificultam a produção do leite. Nesses casos, é necessário um acompanhamento criterioso, com exames frequentes.
O nome da doença vem do lupus (lobo em latim), e erito (vermelho em grego). Historiadores médicos suportam a teoria de que os casos de porfiria (doença com sintomas semelhantes aos de lúpus) geraram folclores sobre vampiros e lobisomens, devido à fotossensibilidade e cicatrizes. Outra teoria diz que vem de loup, um termo para um estilo francês de máscara que as mulheres usavam para esconder as erupções cutâneas em seus rostos.
Fonte: Hospital Santa Cruz
Descubra mais sobre Artrite Reumatoide
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.