Existem muitas pessoas que acabam positivando para mais de uma doença autoimune. As mais comuns de correlacionarmos são a artrite reumatoide (AR), tireoidite de Hashimoto, lúpus eritematoso sistêmico (LES) e síndrome de Sjögren. Quando o paciente tem mais de um positivo, há um cenário complexo de sintomas sobrepostos que podem dificultar o tratamento. Entender essas inter-relações e como a nutrição pode desempenhar um papel crucial na gestão desses sintomas é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Vamos entender primeiro como os sintomas se correlacionam.
Artrite Reumatoide (AR): A AR é uma doença inflamatória que afeta principalmente as articulações, causando dor, inchaço e rigidez. Mas não para por aí. A AR também pode afetar órgãos internos, como o coração e os pulmões, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Quando combinada com outras condições autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto ou o lúpus, os sintomas podem se agravar. Por exemplo, o hipotireoidismo da tireoidite de Hashimoto pode intensificar a fadiga e a dor articular, enquanto o lúpus pode trazer complicações adicionais, como erupções cutâneas e inflamação de múltiplos órgãos.
Tireoidite de Hashimoto: A tireoidite de Hashimoto é a principal causa de hipotireoidismo, uma condição que desacelera o metabolismo e provoca sintomas como fadiga extrema, ganho de peso e depressão. Quando a tireoidite de Hashimoto ocorre junto com a AR ou o lúpus, a fadiga e a fraqueza muscular podem se tornar ainda mais debilitantes. Além disso, o lúpus pode agravar problemas como a inflamação renal e a hipertensão arterial.
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): O lúpus é conhecido por sua capacidade de afetar praticamente qualquer órgão do corpo. Seus sintomas são variados, incluindo dores articulares, erupções cutâneas, queda de cabelo e fadiga extrema. Quando associado à síndrome de Sjögren, o lúpus pode levar a uma secura severa da boca e dos olhos, além de complicações nos rins e pulmões. Essa combinação pode ser devastadora para a qualidade de vida do paciente.
Síndrome de Sjögren: A síndrome de Sjögren é caracterizada pela secura das mucosas, especialmente da boca e dos olhos. Quando combinada com AR ou lúpus, essa condição pode levar a um aumento da inflamação, agravando sintomas como dor articular e fadiga, além de introduzir problemas adicionais, como dificuldade para engolir e infecções recorrentes.
A complexidade dos sintomas faz com que cada ponto dentro da nutrição seja avaliada de forma a entregar para o paciente o melhor de cada nutriente ingerido. Assim como cada doença demanda em seus sintomas, a nutrição vem de forma individual entregando a possibilidade de mitigação e saúde.
Artrite Reumatoide:
- Dieta Anti-inflamatória: Priorizar alimentos ricos em ômega-3, como peixes gordurosos, linhaça e chia, que ajudam a reduzir a inflamação articular.
- Vitamina D: Suplementação pode ser necessária para manter a saúde óssea e reduzir a progressão da doença.
- Alimentos Funcionais: Cúrcuma e gengibre são conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias.
Tireoidite de Hashimoto:
- Selênio: Importante para a função da tireoide, alimentos como castanha-do-pará e frutos do mar podem ser benéficos.
- Evitar Glúten: Em alguns casos, reduzir ou eliminar o glúten da dieta pode ajudar a melhorar a função tireoidiana.
Lúpus Eritematoso Sistêmico:
- Dieta Mediterrânea: Rica em frutas, vegetais, grãos integrais, peixes e azeite de oliva, pode ajudar a controlar a inflamação e a proteger o coração.
- Antioxidantes: Frutas vermelhas, chá verde e vegetais verdes ajudam a combater o estresse oxidativo, um fator que contribui para a inflamação sistêmica no lúpus.
- Baixo Sódio: Reduzir o consumo de sal pode ser necessário para evitar a hipertensão, especialmente em pacientes com envolvimento renal.
Síndrome de Sjögren:
- Hidratação: Manter uma ingestão adequada de líquidos é essencial para aliviar a secura da boca e dos olhos.
- Ácidos Graxos Ômega-3: Assim como na AR, ômega-3 pode ajudar a reduzir a inflamação associada à síndrome de Sjögren.
- Alimentos Macios e Úmidos: Facilitar a mastigação e a deglutição, como sopas e purês, pode ajudar pacientes que sofrem de boca seca severa.
Cada estratégia adotada tem o papel de trazer alívio desses sintomas e melhoria da qualidade de vida. Embora lidar com doenças autoimunes possa parecer uma batalha constante, é importante lembrar que você não está sozinho e que a combinação de tratamento medicamentoso e estratégias nutricionais pode fazer uma diferença significativa na sua qualidade de vida. A remissão dos sintomas é um objetivo alcançável, e cada passo, por menor que pareça, é um avanço em direção a uma vida mais saudável e plena. Não desista! Mantenha-se firme em seu tratamento e busque sempre o apoio de profissionais de saúde que entendam as suas necessidades. Com dedicação e o cuidado certo, você pode controlar os sintomas e viver de forma mais equilibrada e melhor.
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