O médico reumatologista Alex Carvalho Faria falou na Tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande, durante a sessão ordinária desta terça-feira (7), sobre a importância do diagnóstico, evoluções no tratamento e conscientização da sociedade sobre a doença Lúpus. O tema foi abordado na Palavra Livre a convite do vereador Betinho, em alusão à Semana Municipal de Atenção à Pessoa com Lúpus.
O médico enfatizou a relevância da data para ampliar conhecimento acerca da doença, além de solicitar aos governos incremento de fundos para pesquisa e melhorias dos serviços prestados. Em Campo Grande, a Semana foi instituída pela Lei 6.161/19, de autoria do vereador Betinho.
“É uma doença existente pelo menos desde a Idade Média, mas pouco conhecida do público em geral. Ela acomete uma pessoa a cada mil habitantes. No mundo, estima-se que 5 milhões de pessoas tenham Lúpus”, afirmou. Em Campo Grande, não existe associação para os pacientes com lúpus e nem associação de pacientes reumáticos. “Seria importante que essas associações florescessem para que o conhecimento fosse compartilhado com a sociedade”, disse.
Lúpus é uma doença inflamatória de origem autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, tais como pele, articulações, rins, cérebro e outros órgãos, causando sintomas como fadiga, febre e dor nas articulações. As causas ainda são desconhecidas.
“Vários órgãos podem ter sequelas. Imaginem a pessoa tendo que constantemente fugir do sol, com chapéu, protetor solar, fadiga constante sem ter feito esforço físico, dores nas juntas, manchas vermelhas no corpo, danos articulares ou renais. Só de se imaginar já causa certo pavor, mas isso não é motivo para sentirmos compadecimento e sim sentirmos respeito e termos dignidade pelos pacientes. Todo paciente de lúpus é um combatente”, enfatizou o médico.
Faria lembrou que o tratamento teve avanço nos últimos anos. Na década de 50 era feito apenas a base de corticoide e a sobrevida aumentou consideravelmente neste período. Porém, ainda há dificuldades pela qualidade de vida comprometida em decorrência da baixa atividade física, das sequelas ou até por ficarem isolados pela falta de compreensão no trabalho, família e sociedade.
Ele agradeceu aos vereadores pelo espaço para ampliar essa conscientização e divulgação da doença. “O paciente pode ter apenas as lesões internas ativas e na sociedade é comum julgarmos o que vemos e não o que a gente sente. Muitos não compreendem o grau de fadiga e dor que o outro sente”, afirmou.
Fonte: A Crítica
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