No dia 10 de maio é lembrado como o Dia Mundial do combate ao Lúpus, doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva ou mais rapidamente. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, no Brasil, estima-se que mais de 65 mil pessoas são diagnosticadas com a doença.
O professor de Reumatologia do IDOMED e médico assistente da disciplina de reumatologia do HC-FMRP/USP, Sérgio Couto Luna de Almeida, 90% dos casos de Lúpus apresentam manifestações apenas de pele, mucosas e articulações. “Os indivíduos podem ficar muito vermelhos após pequenos períodos de exposição ao sol, ter queda acentuada de cabelo, apresentar lesões de pele mais profundas que deixam cicatrizes, ter dor e, às vezes, inchaço nas articulações. Em uma parcela menor dos casos, pode ocorrer o acometimento dos rins, das células do sangue, das membranas que envolvem os pulmões, coração e até o sistema nervoso central. A doença também pode gerar anemia, queda de plaquetas, elevação da pressão, crises convulsivas etc.”, completa.
As mulheres são as mais afetadas pela doença, pois há uma participação importante do fator hormonal no seu desenvolvimento, mais comum em mulheres em idade fértil, da primeira à última menstruação e o uso de anticoncepcionais estrogênicos. Nas mulheres, a doença também pode ter início após a menopausa.
“Existem fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento do Lúpus, fazendo com que o risco de um parente próximo de um paciente com a doença tenha mais chance de desenvolver a enfermidade. O Lúpus acomete cerca de 0,01% da população ao longo da vida, isto é 1 a cada 10.000, dependendo da etnia”, completa
Os sintomas variam de indivíduo para indivíduo, mas os mais frequentes são dor nas articulações, sensibilidade ao sol e aftas frequentes e não dolorosas, principalmente no céu da boca. Por isso, pacientes com a doença devem evitar exposição solar e usar protetores solares acima de 50 FPS diariamente, bem como serem avaliados e colherem exames laboratoriais periodicamente após consulta com um reumatologista.
O Lúpus Eritematoso Sistêmico não é uma doença transmissível e pode ser tratado com medicações imunomoduladoras e imunossupressoras. “Para cada tipo de manifestação do Lúpus, há um tratamento diferente. Por exemplo, o tratamento da anemia do Lúpus é diferente do tratamento da nefrite, que é caracterizada por uma inflamação dos rins. Para aqueles que não apresentarem contraindicações, a hidroxicloroquina funciona muito bem como imunomoduladora, especialmente para as manifestações de pele e artrite do Lúpus. O paciente pode ficar 10 anos sem qualquer sintoma ou alteração laboratorial do Lúpus e, então, entrar em atividade. Mas, podemos dizer que existe controle da doença”, finaliza.
Fonte: Assessoria de imprensa – Conceito Comunicação.
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