Uma estudante de 20 anos, moradora do bairro Gabriela, em Feira de Santana, cidade que fica a cerca de cem quilômetros de Salvador, perdeu o movimento das pernas por conta de uma doença, e não consegue que o SUS forneça o remédio que pode ajudá-la, que custa R$ 15 mil a dose. A família não tem como pagar o medicamento.
Ludmila Andrade da Cruz tem uma doença reumática inflamatória que afeta a coluna e as articulações. Depois que deu à luz, no segundo semestre de 2016, a doença agravou e ela parou de andar. O problema é que, para conseguir o remédio, prescrito pela médica que a acompanha, ela depende do laudo de um médico do SUS, mas a família não consegue marcar uma consulta para a jovem.
Ludmila conta que os primeiros sinais da doença surgiram quando ela tinha 13 anos. Segundo a jovem, na época ela foi em vários médicos e os diagnósticos eram variados. “Fui diagnosticada com dengue, chickungunya, artrite reumatoide juvenil, e a gente foi levando, sempre acreditando que os diagnósticos eram simples”, conta.
Em 2016, ela engravidou, as dores aumentaram e ela precisou ficar internada. Dois meses após o parto, ela perdeu vários movimentos. “Não consigo andar, não tomo banho sozinha, não consigo levantar da cama sozinha, não posso pegar minha filha no colo sempre, não consigo ficar com ela sempre. É minha mãe que toma conta”, diz a jovem.
Para conseguir o laudo do SUS, os pais de Ludmila buscaram um reumatologista na rede pública e não obtiveram sucesso. Eles procuraram, então, o Ministério Público, que acionou a Secretaria de Saúde Municipal.
A secretaria marcou a consulta para 27 de dezembro de 2016, só que no dia marcado, a recepcionista da Upa do Parque Ipê informou para a família que a agenda do médico estava lotada e que ele não ia atender Ludmila. Depois disso, não foi marcada uma nova data para o médico atender a jovem.
A família buscou outra solução: inscreveu Ludmila em um programa do laboratório que fornece o medicamento. Eles conseguiram as primeiras doses, mas a jovem teve tuberculose e, por isso, não pôde tomar o remédio. Como a imunidade dela está baixa, a estudante precisaria estar internada para receber a medicação na veia.
O diretor do Departamento de Atenção à Saúde do municipio, Luiz Falcão, disse que a familia de Ludmila precisa agendar uma consulta no posto de saúde do bairro Gabriela, onde a jovem mora, para que ela seja encaminhada ao especialista e consiga a guia da medicação.
O técnico de farmácia José Inaldo de Andrade, pai de Ludmila, diz o que espera que a filha volte a ter uma vida normal, com o medicamento. “É esperado com essa medicação que Ludmila volte a ter a qualidade de vida, que ela volte a andar, volte às atividades laborais, que ela volte principalmente, o que é um sonho nosso e dela, a segurar a filha dela no colo novamente”, diz.
A jovem também mantém a esperança de ter os movimentos da pernas de volta. “Eu espero recuperar o que eu tinha um tempo atrás. Eu tinha uma vida normal: eu trabalhava, eu cuidava da minha casa, cuidava da minha filha quando ela nasceu, e eu perdi muita coisa dela por conta disso. O tempo que eu fiquei internada foi difícil ficar longe dela, mas eu confio em Deus”, fala a jovem, emocionada.
Fonte: http://g1.globo.com/bahia/noticia/jovem-baiana-que-perdeu-movimento-das-pernas-nao-consegue-que-sus-forneca-remedio-que-custa-r-15-mil-a-dose.ghtmlhttp://g1.globo.com/bahia/noticia/jovem-baiana-que-perdeu-movimento-das-pernas-nao-consegue-que-sus-forneca-remedio-que-custa-r-15-mil-a-dose.ghtml
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