A dor, sintoma associado ao risco real ou possível de lesão no corpo, deve ser investigada e avaliada em todos os espectros da assistência ao paciente, como domiciliar, ambulatorial, emergência, internação, pré e pós-cirúrgico, unidades de terapia intensiva e semi-intensiva. Conhecer a gravidade do desconforto e suas causas possibilita o ajuste da conduta terapêutica, essencial para uma boa evolução e recuperação do quadro clínico.
Para medir a intensidade da dor, as escalas mais comuns são visual analógica; visual numérica e analgésica das faces. As duas primeiras são apresentadas visualmente para que o paciente indique o grau de sua manifestação dolorosa. A última é recomendada às crianças, que identificam por meio de desenhos faciais o que mais se aproxima de seu desconforto. No caso de situações em que o paciente não consegue medir a dor por estar desacordado, por exemplo, as frequências respiratória e cardíaca e a pressão arterial podem indicar alívio ou aumento do desconforto.
“Embora a avaliação da intensidade da dor seja representada por um número de zero a dez, seu valor deve considerar o contexto em que o paciente está inserido. Em relação à reavaliação, esta deve considerar os demais efeitos terapêuticos e colaterais que podem estar associados à medicação oferecida, como a sonolência induzida por alguns analgésicos”, informa a dra. Juliana Barcellos de Souza, fisioterapeuta no Hospital Universitário UFSC e membro da diretoria da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).
Muitos pesquisadores defendem que se avalie por intensidade e incômodo, englobando o aspecto desagradável e o desconforto emocional. “Fazendo uma analogia simples, temos um rádio, por exemplo. A intensidade seria o volume do som, alto ou baixo. O incômodo seria a música, agradável ou desagradável, ou ainda se a estação de rádio está bem ou mal sintonizada. Se o ‘volume da dor’ for zero, não há mais incômodo”, explica.
Nos hospitais, esta análise deve ser adaptada conforme a situação do paciente – se está acordado, sedado, lúcido ou confuso, por exemplo. “Há outra característica importante e, muitas vezes, negligenciada na assistência hospitalar. Majoritariamente, a internação ocorre devido a uma dor aguda, que exige um cuidado imediato. Contudo, uma parcela dos pacientes é hospitalizada com comorbidades de dores crônicas, que podem, inclusive, ser agravadas devido ao imobilismo durante a internação. Seria necessário associar, sempre que possível, o tratamento à dor crônica e aguda também no ambiente hospitalar”, conclui.
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