Doença pouco conhecida, mas potencialmente perigosa, a Gota, atinge, segundo dados estatísticos, 1,4% da população mundial e 2% dos homens. Na faixa de idade acima dos 40 anos, este número sobe para 7% dos homens e 3% das mulheres e vem aumentando nos últimos anos. “Essa é uma informação preocupante, principalmente devido ao envelhecimento da população, aumento da obesidade e alteração dos estilos de vida”, alerta o reumatologista Marco Rocha Loures, presidente da Sociedade Paranaense de Reumatologia (SPR).
Segundo ele, a Gota é forma de artrite que provoca crises de dor intensa e incapacitante. “Há dois tipos de Gota, a aguda, que é uma doença dolorosa que normalmente afeta uma articulação, e a crônica, que consiste em episódios repetidos de dor e inflamação que podem envolver mais de uma articulação. O problema é que dados epidemiológicos sugerem que essa doença está associada a outros distúrbios metabólicos, como disfunção renal, alterações do metabolismo glicêmico, síndrome metabólica, hipertensão arterial e doença cardiovascular”, explica Loures
Esta preocupação é dividida com o reumatologista Luis Gustavo Favretto, que diz que pelo menos 20% dos atendimentos que faz em seu consultório, são de casos de Gota. “É uma doença muito prevalente, principalmente entre os homens, causada pela presença de níveis mais altos do que o normal de ácido úrico na corrente sanguínea. Quando essa substância se acumula no líquido ao redor das articulações (líquido sinovial), são formados cristais de ácido úrico. Esses cristais causam inchaço e inflamação nas articulações. A causa exata da gota, no entanto, é desconhecida’, informa Favretto.
Segundo o médico, a doença deve ser controlada com uma alimentação saudável e um ritmo de vida adequado. “O tratamento deve ser feito com a prescrição de medicamentos, para a dor e também para a redução dos níveis de ácido úrico no sangue, mas é muito importante o acompanhamento de um nutricionista, para se adotar uma dieta que inclua frutas, legumes e verduras, além de se evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas fermentadas, principalmente a cerveja, além de carnes, de miúdos como coração, fígado e rins, de frutos do mar, o feijão etc”.
Outra dica do reumatologista para se evitar crises da doença é beber sempre muita água. “Isso, associado a uma dieta regrada é possível se evitar o acúmulo de ácido úrico no organismo. Pessoas que já tiveram problemas com a condição devem estar sempre atentas ao consumo destes alimentos e ao hábito de ingerir bastante água, para ajudar na eliminação da substância”, recomenda Luis Gustavo Favretto.
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