Seja por motivos pessoais, profissionais ou de saúde, hoje, com o avanço das técnicas de reprodução humana, é possível adiar uma gestação com mais segurança e eficiência.
O especialista em Reprodução Assistida e ginecologista Dr. Joji Ueno, diretor e fundador da Clínica Gera, esclarece os principais questionamentos sobre a preservação da fertilidade.
Os óvulos congelados têm prazo de validade?
Não, as técnicas de criopreservação congelam os óvulos coletados a menos de 196º C, o que garante uma preservação por tempo indeterminado, preservando as células que, ao serem descongeladas, têm ótimas chances de fecundação. Além disso, 99% deles sobrevive ao descongelamento.
Congelamento de óvulos é uma alternativa segura para quem pretende postergar a gravidez e teme a infertilidade?
Os tratamentos que usam a técnica do congelamento de óvulos apresentam as mesmas taxas de sucesso quando comparadas a um procedimento com óvulos que não passaram pelo processo de congelamento. Essa técnica é indicada às mulheres que estejam passando por tratamentos de doenças que comprometem a fertilidade ou para mulheres que desejam postergar a maternidade.
O congelamento de óvulos reduz as chances de gravidez de risco depois dos 40 anos?
O risco é menor quando o óvulo é congelado antes de a mulher completar 35 anos. Por outro lado, complicações clínicas decorrentes de diabetes e hipertensão gestacional se mantém. Com relação à malformação do feto e as doenças genéticas, as chances são menores conforme a boa condição do óvulo.
Todas as mulheres podem congelar os óvulos?
Sim, desde que não estejam em tratamento de câncer. Neste caso, o congelamento é feito antes do ciclo medicamentoso, que atinge as células germinativas, aumentando os riscos de infertilidade, e naquelas pacientes que têm falência ovariana precoce. Assim, há necessidade de avaliar a reserva ovariana feita com dosagem do hormônio Anti-mulleriano ou contagem de folículos antrais.
A estimulação hormonal provoca riscos à saúde?
Há dez anos, quando a técnica se tornou mais conhecida, havia uma preocupação com a síndrome do hiperestímulo ovariano, que poderia resultar em complicações graves como inchaço dos ovários e acúmulo de líquido no abdômen. Hoje, com o avanço da medicação, a prática é segura e isenta de riscos.
Como fazer preservação da fertilidade?
A mulher tem que tomar injeções diariamente para produzir óvulos. Retira-se os óvulos, há uma captação do material e realiza-se a vitrificação. O ideal para a preservação da fertilidade é ter de 15 a 20 óvulos. Os óvulos fertilizados (embriões) também podem ser vitrificados. Outras formas de preservação são consideradas experimentais como: congelamento de tecido ovariano e de todo ovário.
A idade da mulher é o maior fator de prognóstico para conseguir uma gravidez?
A idade da mulher deve ser considerada quando se decide calcular as possibilidades de gravidez de um casal. A idade afeta tanto a quantidade, quanto a qualidade dos óvulos. A partir dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a cair bruscamente e as chances de engravidar, após os 40 anos, são muito menores, além das chances de malformação e abortamento.
Inseminação artificial e fertilização in vitro é a mesma coisa?
Não. A fertilização in vitro é a colocação de espermatozoides em contato com óvulos em laboratório e, após a fecundação, os embriões são alocados no útero materno. Já a inseminação artificial consiste na injeção de espermatozoides dentro do útero por meio de um cateter.
Os bebês que nascem a partir do processo de fertilização in vitro nascem mais fortes e com a saúde menos frágil?
Os bebês de proveta em nada diferem dos que nascem após relação sexual.
Tratamentos de reprodução assistida garantem a gravidez?
Nenhuma das técnicas de reprodução assistida garante a gestação. Alguns métodos, no entanto, são mais assertivos. As chances de uma fertilização in vitro (FIV) resultar em gravidez giram em torno de 25 a 55%. Já nos casos de Inseminação Artificial, as taxas variam de 10 a 18% por ciclo, e com o Coito Programado, as chances são de aproximadamente 15% por tentativa.
A fertilização in vitro pode ser usada para prevenir as doenças hereditárias?
Sim, a fertilização in vitro pode prevenir doenças hereditárias. Os futuros pais, sabendo da existência de alguma doença genética, podem recorrer à seleção de embriões sem os genes potencialmente perigosos e responsáveis pela doença. Na realização do método, o bebê apresenta os mesmos ricos de alterações genéticas do que em uma gestação sem nenhum tratamento. Enquanto que, nos casos onde se opta pelo diagnóstico médico pré-implantacional, a chance de desenvolver uma doença herdada é extremamente inferior.
A fertilização in vitro é a melhor solução para casais inférteis?
É de extrema importância que a causa da infertilidade seja bem investigada antes de submeter as pessoas aos tratamentos. Na maioria das vezes, o problema pode ser solucionado com medidas muito mais simples.
A síndrome da hiperestimulação é um risco da FIV?
Durante o estágio de estimulação ovariana da FIV, as mulheres podem produzir excesso de hormônio, causando a síndrome da hiperestimulação do ovário, o que pode causar inchaço e dor. Essa síndrome se cura sozinha na ausência de uma gravidez. Em casos raros, pode agravar-se obrigando a internação da paciente para tratamento
Nos tratamentos para gravidez sempre nascem gêmeos?
Das gestações obtidas por fertilização in vitro (FIV), 70% podem ser gestações únicas, 27% gêmeos e 3% triplas ou mais. Atualmente, com a nova regulamentação do CFM, mulheres de até 35 anos recebem, no máximo, dois embriões; de 36 a 39 anos, recebem até três embriões; e mulheres com 40 anos ou mais, o número máximo de células transferidas sobe para quatro. A tendência mundial é que cada vez mais se opte por transferir apenas um embrião de mais qualidade.
Mulheres atletas podem ter dificuldades para engravidar?
As mulheres que praticam exercícios físicos extenuantes podem apresentar amenorreia, ou seja, ausência de períodos menstruais e ovulação. Isto ocorre quando o nível de gordura do corpo cai a condições inferiores às necessárias para ajudar na ovulação. Aquelas que desejam engravidar devem reduzir seus exercícios para níveis mais moderados. Há, no entanto, mulheres que, mesmo com rotina de superatletas, continuam a menstruar regularmente, mantendo sua fertilidade.
Se a mulher estiver tomando pílula anticoncepcional ela estará “economizando” óvulos?
Não, a pílula não impede o consumo de óvulos. A mulher continua perdendo em torno de 1000 óvulos por mês. Mulheres que tomam pílula atingem a menopausa com a mesma idade das que não tomam anticoncepcional.
A gravidez futura está garantida após a preservação da fertilidade?
Não, não se pode dar uma garantia absoluta de sucesso. Mesmo congelando óvulos em idade bem jovem poderá não ocorrer a gravidez.
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