A Fundação Santa Casa de Misericórdia, localizada na rua Bernal do Couto, em Belém, anunciou o fim das consultas de especialidades médicas através de um comunicado distribuído aos funcionários na quinta-feira, 25. Clínica médica, endocrinologia, gastroenterologia, ortopedia, pneumologia e reumatologia são as especialidades que farão falta para a população que era atendida no local.
Os funcionários denunciam a mudança e alegam que é uma mudança criminosa. “Muitos pacientes de reumatologia recebem medicação aqui. Medicações caríssimas. Como vão ficar?”, questiona um funcionário, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Segundo os funcionários, a parcela da população que mais vai sofrer é a que está em situação de vulnerabilidade social e financeira. “Nós temos mais de 2.300 pacientes recebendo medicação de Apac aqui. Remédio Leflunomida, 20mg, R$ 400.00. Remédio Adalimumade mais de R$2.000”, aponta o profissional. O Apac é um documento impresso que é necessário para pedir medicamentos especializados, nele tem que ter o laudo, receitas, exames, raio-x, eletrocardiograma e outros.
Segundo um médico que atua na instituição, os ambulatórios têm mais de três mil pacientes.”O caso é que a rede pública já não tem vagas para as especialidades: pneumologia, endocrinologia e reumatologia, e então, quem ficará com esses pacientes que por muitos anos são acompanhados na Santa Casa?”, indaga.
“A partir de segunda-feira estamos orientados a encaminhar o paciente para o posto de saúde. E não falar nada que vai acabar o ambulatório.Eles falam que quem marcar no posto pode vir para a Santa Casa, mas é mentira, porque não vai ter mais as especialidades”, afirma o profissional da saúde.
A presidência, diretoria e a gerência querem “abafar” o caso, é o que alegam os funcionários. “A gerência está que nem cego em tiroteio, diz que os médicos serão redirecionados para um serviço que ainda será criado aqui na Santa Casa, onde irá atender somente servidores. Isso é absurdo! Servidor tem Iasep (Plano de saúde). Olha quanto desperdício e descaso”, denuncia outro funcionário. “Sendo que nós sabemos que nos postos não há um clínico, imagina as demais especialidades”, continua.
Em nota, a Fundação Santa Casa respondeu que continua atendendo as referidas especialidades médicas. Além disso, informa que um novo fluxo de atendimento vai ser gradualmente colocado em prática, onde os retornos e novas marcações de consultas serão realizadas através das Unidades Básicas de Saúde, pelo sistema regulação do Estado, dando mais agilidade ao atendimento dos pacientes da capital e do interior.
Apesar da informação dada pela Santa Casa, médicos da instituição afirmam que não existirão mais as especialidades.
Fonte: Romanews.
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