A fibromialgia é uma doença multifatorial, com causas genéticas, físicas e emocionais. Ela é caracterizada principalmente por dores difusas no corpo todo, fadiga crônica (um cansaço extremo), insônia e síndrome do intestino irritável. Quando não tratada de forma assertiva ela passa ser limitante.
“Devido a tantas dores, a pessoa diminui a produtividade, entra em um processo de depressão, alteração de humor, gerando muito irritabilidade, autoestima baixa e uma perda significativa da qualidade de vida. Fazendo com que esse quadro intensifique ainda mais as dores, virando um ciclo destrutivo a pessoa”, afirma a mestre em psicologia Clínica e da Saúde,
Jordana Ribeiro.
Segundo a psicóloga, o perfil das pessoas com fibromialgia é rígido. São pessoas perfeccionistas que querem abraçar o mundo, cuidar de todos e esquecem de si próprias.
“Esse perfil já explica o porquê de desencadear em mais mulheres do que em homens. De forma social e psicológica, as mulheres tendem a se calar mais, não se expressar, ter muito estímulo de cuidado externo e pouco de autocuidado, desencadeando essa rigidez”, explica Jordana.
Aprender a conviver com a fibromialgia e um desafio. Se eu fico muito feliz tenho crises, se eu fico triste, tenho crises, qualquer coisa que afeta o meu emocional atinge ela. Antes de ser diagnosticada com a fibromialgia eu nunca tinha ouvido falar nessa doença, nem sabia do que se tratava e achava que era depressão. O único desejo que tenho é de algum dia acordar curada da mesma forma que um dia acordei doente”, conta a diarista Ana Paula Maria Ribeiro Barbosa.
O fato de não ter um exame clínico que comprove a fibromialgia gera descrédito em cima dessas pessoas que acabam sendo taxadas como preguiçosas.
“Hoje em dia é muito comum escutarmos, principalmente quem trabalha com dor, relatos de pacientes que falam que passaram por vários médicos, que ninguém acredita na dor que sentem, a família não acredita, afirma que a pessoa não quer trabalhar, que é coisa da cabeça da pessoa. Então, a gente precisa falar, educar mesmo a população, sobre a existência de dores sem uma base anatômica, sem uma lesão justificável, que são essas dores como a fibromialgia, para tirar um pouco esse preconceito e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As pessoas precisam entender que isso existe e que mesmo que o paciente não tenha nenhuma alteração em exame, ele tem aquela dor e isso precisa ser respeitado e tratado para melhorar sua qualidade de vida”, destaca a anestesiologista e intervencionista da dor, Tainá Melo Motta Pereira.
Já existem vários estudos que comprovam que a atividade física em geral é um ótimo “remédio” para quem tem fibromialgia, mas por outro lado muitas pessoas têm dificuldade de praticar exercícios devido à dor que sentem, o que vai incapacitando esses pacientes. Uma opção é a Power Plate, uma plataforma vibratória para a prática de exercícios, que tem a capacidade de acelerar em 9 vezes o ganho do tônus muscular quando comparado à academia.
“É comum as dores afastarem os pacientes com fibromialgia das atividades físicas, pois muitos acham que elas vão piorar com a prática de exercícios. Nas avaliações que fazemos com os pacientes antes de iniciar os protocolos, já ouvi relatos de pessoas que vieram para o estúdio sem saber que poderiam ter benefícios para o quadro de fibromialgia, mas sim pela proposta de treinos curtos de 30 minutos, por não gostar de ficar muito tempo na academia e já pelo quadro de dor, afinal isso tende a fazer com que a pessoal queira ficar o mais quieta possível. A maioria se afasta das atividades físicas, com medo de piorar por não ter informação suficiente”, explica a fisioterapeuta especialista no uso da Power Plate, Gisely Bernardo.
O tratamento da fibromialgia é fundamentalmente multiprofissional. Não existe tratar a fibromialgia só com médico, nem só com nutricionista, nem só com fisioterapeuta. É necessária uma equipe e o tratamento.
“Existem algumas medicações que atuam principalmente nessas vias da dor que estão sensibilizadas e ajuda no tratamento. Hoje também passamos para alguns procedimentos intervencionistas, que podemos utilizar principalmente em pacientes em quadros mais exacerbados para conseguir controlar mais a dor. Mas o tratamento envolve muito a mudança no estilo de vida, ou seja, o paciente praticar atividade física, sair do sedentarismo, ter uma dieta balanceada, fazer acompanhamento psicológico, tudo isso é muito importante. Sem isso, o tratamento só com medicamento não vai ter o efeito esperado”, finaliza Tainá.
Fonte: DM.com.br
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