Podemos afirmar que a falta de medicamentos vem preocupando bastante o mercado e provocando mudanças na forma como cuidamos da saúde. Dados da Confederação Nacional dos Municípios do Brasil apontam que em cada dez cidades, oito registram falta desses insumos. A Confederação Nacional da Saúde apontou a escassez de diversos produtos, entre eles soro fisiológico, anti- inflamatórios, contraste radiológico e antibióticos.
Um dos fatores que contribui para essa falta, além da pandemia e de toda dificuldade que ela causa, é o aumento dos custos, principalmente o frete. Existem poucos “players” no mercado logístico internacional que controlam o abastecimento de insumos farmacêuticos e, somado a isso, existe a dificuldade do Brasil no que tange às principais rotas comerciais mundiais. A guerra entre Rússia e Ucrânia também contribui para aumentar a crise, tanto na logística como no desabastecimento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde admitiram o risco do desabastecimento de medicamentos. Cabe aos laboratórios e distribuidores, o desafio de dividir as demandas de modo a não comprometer a assistência à população.
Essa situação faz com que a sociedade adote um novo perfil de consumo, como pedir ao seu médico a troca do remédio, ou a substituição por similares. Mas, em primeiro lugar, é preciso repensar o uso dos medicamentos. Em 2019, o Conselho Federal de Farmácia constatou que quase metade dos brasileiros se automedica pelo menos uma vez por mês. O uso indiscriminado é um risco à saúde, podendo dificultar e mascarar o diagnóstico de doenças, além de causar intoxicação.
Os hospitais também estão revendo prontuários e buscando o uso de alternativas terapêuticas, mas a população precisa colaborar e buscá-los somente em casos de urgência e emergência. Outro ponto muito importante é manter o calendário vacinal em dia.
E, mais do que nunca, é preciso mudar o conceito de saúde. Antes de remediar, é necessário prevenir. Pratique atividade física e mantenha uma alimentação saudável. A adoção de novos hábitos é muito importante para que possamos enfrentar esses desafios.
Autor:
Willians Fiori. Especialista em mercado saude desde 2003. Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Professor Docente do Hospital Israelita Albert Einstein.
Fonte: Jornal Tribuna.
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