Exercícios de resistência, como musculação, natação e treino funcional, podem ser superiores à modalidade aeróbica para se obter o benefício da qualidade do sono, um importante marcador da saúde cardiovascular, segundo um estudo apresentado no congresso da Associação Norte-Americana do Coração, que terminou ontem, em Chicago. “É cada vez mais reconhecido que dormir o suficiente, particularmente com alta qualidade, é importante para a saúde, incluindo a cardiovascular”, disse a autora do estudo, Angelique Brellenthin, professora-assistente de cinesiologia na Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos.
Segundo Brellenthin, a atividade aeróbica é frequentemente recomendada para melhorar o sono, mas muito pouco se sabe sobre os efeitos do exercício de resistência versus os aeróbicos nesse sentido. O Relatório Científico do Comitê Consultivo de Diretrizes de Atividade Física de 2018 do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA identificou a necessidade de mais pesquisas sobre exercícios de resistência e qualidade do sono.
Estudos anteriores confirmaram que não dormir o suficiente — a quantidade recomendada para adultos é de sete a oito horas por dia — ou a má qualidade do sono aumenta os riscos de pressão alta, colesterol elevado e aterosclerose, que acontece quando os depósitos de gordura se acumulam nas artérias. Não descansar o tempo necessário também está ligado a ganho de peso, diabetes e inflamação, que podem piorar as doenças cardiovasculares. Dormir muito ou pouco eleva a probabilidade de acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e morte.
Para o estudo atual, os pesquisadores recrutaram 386 adultos que preenchiam os critérios de sobrepeso ou obesidade, ou seja, um índice de massa corporal (IMC) de 25 a 40. Os participantes estavam inativos, tinham pressão arterial elevada e foram, aleatoriamente, alocados em um grupo sem exercício (para fins de comparação) ou em um dos três que incluíam atividades físicas — somente aeróbica, apenas resistência ou uma combinação dos dois. As sessões supervisionadas duraram 60 minutos e foram feitas três vezes por semana, ao longo de 12 meses.
Como atividade aeróbica, os participantes podiam escolher entre esteiras, bicicletas verticais ou reclinadas ou elípticos durante cada sessão. Os pesquisadores monitoraram as frequências cardíacas dos voluntários para mantê-las continuamente na faixa prescrita para um exercício de intensidade moderada a vigorosa.
Já o grupo de exercícios de resistência completou suas séries e repetições em 12 máquinas, para trabalhar todos os principais grupos musculares em uma sessão. Os equipamentos incluíam leg press, chest press, lat pulldown, leg curl, leg extension, bíceps, curl, tríceps pushdown, ombro press, abdominal crunch, extensão lombar, rotação do tronco e abdução do quadril. Os voluntários realizaram três séries de oito a 16 repetições, com a frequência cardíaca entre 50 e 80% do máximo. Por fim, o grupo combinado fez 30 minutos de exercícios aeróbicos em intensidade moderada a vigorosa. Em seguida, duas séries de oito a 16 repetições de atividades de resistência em nove máquinas, em vez de 12.
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