Tudo começou em 2010, quando viajei à Belém-PA em fevereiro para passar o carnaval, e justo nessa viagem, resolvi adoecer, manchas apareciam pelo meu corpo, dores incontroláveis. Voltei de viagem, e comecei a procurar médicos ‘alergistas’, afinal manchas no corpo, só poderiam ser alergia. Consultas, exames, e mais exames foram feitos, e para minha surpresa, não era alergia.
Médico nenhum sabia diagnosticar o que eu tinha. Os remédios que haviam me passado, não controlavam as dores, e isso já estava me incomodando. Um dia, ao acordar, coloquei os pés no chão para levantar, e cai. Foi ai que percebi que algo de muito errado estava acontecendo. Não conseguia andar, com dor.
Minha família preocupada com todos os “possíveis diagnósticos”, resolveram me mandar para São Paulo. Em abril de 2010, viajei, com o intuito de descobrir o que eu tinha. Passei um mês em sampa, indo a médicos, fazendo exames, e um tempo depois veio a resposta.
Eu estava com DSA – Doença de Still do Adulto, para quem não sabe, é uma doença considerada rara, de origem desconhecida, uma doença inflamatória sistêmica que se apresenta com uma variedade significativa de sintomas, dos quais os mais frequentes são febre elevada, exantema típico e artrite. Resumindo : Um tipo de reumatismo.
Que não tem cura, só tratamento. Fiquei feliz em poder descobrir o que eu tinha de fato, e arrasada por saber que nunca poderia ser curada. CHORAR, era a única coisa que eu conseguia naquele momento. Sem esperança, sem expectativa, me peguei com Deus. Sentei na cama, abri a bíblia e pela primeira vez pedi com Fé que Deus me orientasse, pois eu não sabia mais o que fazer.
Fechei os olhos e abri uma passagem que dizia: “ Meu filho, se você quiser servir a Deus, esteja pronto para ser posto à prova. Seja sincero, e não desista com facilidade, e não desanime nos tempos difíceis. Fique ligado com o senhor e não se afaste dele, e assim no fim da vida você será respeitado por todos. Conforme-se com tudo o que acontecer com você e tenha paciência nas horas de sofrimento.
Pois assim como o ouro é provado pelo fogo assim também as pessoas que Deus aceita são postas à prova a fornalha do sofrimento. Confie no Senhor, e ele o ajudará. Tenham fé nele e receberão sem falta a sua recompensa. ”
As palavras mais sábias que eu poderia ler naquele dia. Desde então minha vida MUDOU. Deus mostrou-me que eu poderia escolher como queria viver a minha vida. E eu escolhi ser feliz, independente de tudo que eu tinha que encarar pela frente. Não é fácil, mas a gente se acostuma a não sofrer, sempre em doses pequenas, afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Desde que descobri o meu problema de saúde, e saber que não tinha cura, só me restava então aprender a conviver com ele. É o que tenho feito, dia após dia. E como dizia Carlos Drummond de Andrade “ As dores são inevitáveis, mas o sofrimento é opcional.”
Desde que fui diagnosticada fiquei fazendo uso de medicamentos bases como: Corticoide, Metrotexato, Reuquinol, Acido fólico, Naproxeno, e por ai vai. Passei 8 anos fazendo uso deles entre risos e choros, retenção de líquidos, limitações. Em junho de 2018 resolvi procurar um reumatologista que pudesse tornar meu sonho realidade e me proporcionar a tão sonhada remissão.
Quando cheguei no Consultório do Dr. Marco Túlio Estava com distrofia simpático reflexa na mão direita, derrame articular nos joelhos, dores e inchaços por todo corpo. Dores tão difíceis de explicar, só sabe quem sente. E ele me atendeu tão humanamente gentil, e tão disposto a me tirar das crises em que encontrava. Um anjo que Deus colocou em minha vida.
Me disse que iríamos tentar um novo tratamento, uma medicação imunobiológica chamada Actemra: Tocilizumabe. Dia 17 de setembro de 2018, fiz a minha primeira infusão com o tocilizumabe, estava bastante feliz e emotiva, um misto de sentimentos percorria meu corpo, esperançosa em poder dar o pontapé inicial em um tratamento que me fizesse ter uma qualidade de vida que eu desconhecia dentre os anos convivendo com DSA.
E em novembro de 2018 às vésperas do meu aniversário recebi o melhor presente que eu poderia ganhar: A DAS foi posta para dormir, eu começava a entrar em remissão. O efeito de controle da doença era nitidamente percebido, rigidez matinal se foi, fadiga zero, e a dor se foi. Poder acordar disposta e sem dor alguma não tem preço.
Hoje um ano depois venho aqui dividir minha história e minha conquista com vocês: Há um ano não sei o que é dor, tenho uma qualidade de vida quase que sem limitações. Com tudo isso a vida se tornou muito mais desafiadora, mas também passou a ser muito melhor vivida. As coisas simples ganharam novo significado, novas prioridades foram estabelecidas, o amor passou a ser mais escancarado e a alegria a se multiplicar.
Como pode algo tão duro trazer tantas coisas boas? Eu afirmo categoricamente que vivo melhor hoje do que antes! Mesmo com todos os obstáculos. É engraçado porque parte de mim desejou por muito tempo retomar a vida de antes. Mas sem abrir mão de todas as lições e coisas boas que essa experiência me trouxe.
Sempre soube que Deus não dá um fardo maior do que aquele que podemos suportar. Ele tinha um propósito para minha dor, para minha luta, e desistir nunca foi opção. Por trás de toda essa fragilidade física sempre existiu uma força extraordinária. A vida vale a pena!
Meu nome é Bruna Salomão.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída”, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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