Um estudo recente apontou que 35% dos pacientes com a artrose e que aguardavam para realizar cirurgia de artroplastia total do joelho (ATJ) e 22,3% dos que aguardavam por uma artroplastia total do quadril (ATQ) tiveram a sua qualidade de vida avaliada como “pior que a morte”. Além disso, o estudo também constatou que o número de pacientes neste quadro quase dobrou durante a pandemia da COVID-19.
Ao todo foram avaliados 843 pacientes, em dez centros do Reino Unido entre os meses de agosto e setembro de 2020. Eles preencheram o questionário EuroQol de cinco dimensões (EQ-5D) – multiatributo de saúde geral e amplamente utilizado – onde um resultado inferior a zero define um estado “pior que a morte”. Além disso, mais de 80% dos pacientes – 680 ao todo – sentiram que sua qualidade de vida piorou durante a espera.
O objetivo do estudo foi avaliar a qualidade de vida de pacientes em lista de espera para uma artroplastia total de quadril (ATQ) ou artroplastia total de joelho (ATJ) durante a pandemia do coronavírus. Paralelamente a isso, foi avaliado se o tempo na lista de espera influenciou a qualidade de vida e a taxa de adiamento da cirurgia.
O ortopedista e especialista em cirurgia do joelho há mais de 30 anos, Rogério Fuchs, explica que a artrose afeta a qualidade de vida dos pacientes de modo significativo. “O aumento do tempo na lista de espera para a cirurgia foi associado à diminuição da qualidade de vida. Alguns escores podem ser utilizados para a avaliação do prejuízo da qualidade de vida associada a outras doenças, entre elas, diabetes, hipertensão, dor nas costas e em outras articulações”, explica Rogério Fuchs.
Ele conta que o joelho é considerado uma das articulações do corpo que mais trabalha próximo aos seus limites fisiológicos, o que aumenta as chances de lesão. Não só a prática esportiva ou a falta dela, mas também atividades repetitivas da vida diária, como subir e descer escadas, andar e agachar-se e aumentos repentinos na intensidade e volume podem desencadear em problemas mais graves.
Nível de dor – Outro dado importante avaliado pelo estudo foi que de 391 pacientes com pontuações definidas como escore (EQ-5D) inferior a zero, 389 (99%) relataram níveis extremos de dor e 76 (20%) níveis extremos de ansiedade e depressão.
No Brasil, artrose está incluída entre os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) e são as doenças que mais afetam os trabalhadores. Em um estudo realizado pelo Ministério da Saúde em 2018 foi revelado que, na última década, mais de 67 mil casos foram reportados como fator prejudicial em pessoas das mais variadas profissões, entre elas, trabalhadores de linha de montagem, atletas, músicos e pessoas que realizam trabalhos manuais.
O ortopedista e especialista em cirurgia do quadril, Thiago Fuchs, alerta para o fato que a artrose do quadril afeta idosos, mas também atinge jovens.
“As causas são diferenciadas nestes públicos e incluem desde sequelas das doenças de infância, o impacto femoroacetabular, a osteonecrose, doenças reumáticas e até mesmo fraturas. Todas elas podem estar relacionadas ao desenvolvimento da doença”, alerta o médico ortopedista especialista em cirurgia do quadril e joelho, Dr. Thiago Fuchs.
Segundo o ortopedista, o tratamento varia de acordo com o estágio da doença e pode ser preservador ou de substituição da articulação. “Para um quadro de artrose, a artroplastia total de quadril, possibilita a melhora dos sintomas e da qualidade de vida”, reforça o especialista.
Artroplastia total de quadril – A cirurgia consiste na substituição da articulação do quadril por componentes metálicos, de polietileno ou cerâmica, com o objetivo de restabelecer uma articulação com bom movimento e melhora da dor, melhorando a qualidade de vida do paciente. Pacientes com artroplastia total do quadril tem uma taxa de satisfação acima de 95% com a cirurgia, retomando suas atividades sociais, de trabalho e lazer, e a prática esportiva.
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