Um estudo recente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo revela que 29 mil novos casos de câncer ocorrerão em 2025, associados ao excesso de peso. Os tumores que mais prevalecem, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são de mama, rim, fígado, próstata, bexiga, câncer colorretal, esôfago e endométrio.
De acordo com o cirurgião bariátrico Thales Delmondes Galvão, são oito processos biológicos que quando ligados a obesidade, podem explicar a incidência de câncer: inflamação crônica do corpo, desregulação da morte das células, aumento da secreção de substâncias pró-inflamatórias, excesso de gordura abdominal, aumento dos vasos sanguíneos, maior secreção de insulina, mudança da microbiota intestinal e elevação dos níveis de hormônios sexuais.
No entanto, o especialista esclarece que a relação entre o câncer e a obesidade pode ser mais complexa. “Não é determinante que pessoas obesas desenvolvam tumores. O fato que qualifica o excesso de peso como fator de risco é que o paciente fica mais vulnerável, devido às consequências do excesso de peso. Além disso, os maus hábitos alimentares também são facilitadores do problema”, explica.
A perda de peso pode ser recomendada para pacientes oncológicos com o objetivo de tentar reduzir as chances de recidiva do tumor.
Cirurgia bariátrica x câncer
As cirurgias bariátricas são uma excelente opção para uma perda de peso duradoura e sustentada a longo prazo. Por isso, são um bom modelo para o estudo da diminuição da incidência de neoplasias com o passar dos anos. “A longo prazo, as cirurgias bariátricas (especialmente o bypass gástrico, técnica mais empregada no Brasil e no mundo) diminuem a mortalidade não só secundárias a complicações cardiovasculares, mas também por câncer”, explica Dr. Thales.
Além de controlar o estado inflamatório do corpo acarretado pela obesidade, o procedimento de redução de estômago faz com que o eixo endócrino dos hormônios sexuais fiquem mais regulados. Também ocorre a normalização dos níveis de insulina no sangue, e efeitos reguladores do trânsito da comida pelo tubo digestivo.Todos esses fatores diminuem o potencial oncogênico gerados pela obesidade.
Fonte: Assessoria de imprensa.
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